sábado, 21 de julho de 2007

E o Sono Não Vinha


O relógio já marcava duas e meia da madrugada. Igor estava deitado na cama, descoberto. O sono não vinha de jeito nenhum. Tremia as pernas, fechava os olhos, mexia as mãos, virava para um lado, virava para outro, tirava a camisa, colocava de novo, tirava a bermuda, colocava de novo... e o sono não vinha.

Ficou de pé, resolveu pegar um livro – o mais chato que tivesse - , foi até a uma estante, fuçou, fuçou, até encontrar o que considerava o pior deles. Voltou para a cama e começou a lê-lo. O livro era realmente insuportável, maçante mesmo. Daí ele foi lendo, lendo, lendo... e o sono não vinha.

Ficou novamente de pé, jogou o livro pela janela, foi até a cozinha, pegou um copo d’água e tacou quatro colheres (de sopa) de açúcar. Engoliu o copo e voltou para a cama. Dessa vez ficou de barriga para cima, olhando para o teto. E ficou olhando, olhando, olhando... e o sono não vinha.

Já irritado, ficou de pé novamente, foi até a sala, pegou uma fita de vídeo antiga e botou-a para assistir. Era um filme bem monótono, daqueles em que você já boceja nos dez primeiros minutos. Sentou no sofá e ficou quieto. Resolveu deitar. Ele já conhecia o filme, porém até os vinte minutos primeiros minutos. No resto ele havia dormido feito uma pedra.

E ficou lá assistindo, assistindo, assistindo, assistindo... e o sono não vinha. Caramba, o que será que estava acontecendo para tanta falta de sono? Por que não conseguia dormir? Ele havia feito tudo o que um adolescente normal de dezoito anos costumava fazer: foi à escola, depois foi jogar bola com os amigos, depois veio para casa estudar para o vestibular, e só. Isso tudo já era o suficiente para boas noites de sono, mas não adiantava: o sono não vinha.

Foi então que, cansado de correr atrás do sono, Igor ficou de pé, desligou a TV e o vídeo, foi se arrumar e resolveu sair para a balada. Foi para a rua que já estava bem deserta, chegou num ponto de ônibus naquela hora, mas o bom era que estava vazio.

De repente, uma linda garota subiu lá dentro. Ela passou a catraca e ao ver Igor sorriu. Ele retribuiu com o mesmo gesto. Ela sentou ao lado dele, ajeitou os lindos cabelos ruivos e se apresentou. Chamava-se Ana. Eles conversaram bastante, e um forte clima foi se armando entre eles. Meia hora depois, ambos já saiam do ônibus aos beijos. Iriam para a casa dela. Não tinha ninguém. Igor estava mais do que animado. Agora é que o sono não ia vir mesmo. Entraram e já foram direto para o quarto dela. Se despiram, Ana começou a beijá-lo freneticamente. Igor já começou a delirar. Dane-se o sono. Agora é que ele iria ficar acordado mesmo.

Porém, o que era para ser a hora H começou a se desfragmentar progressivamente. Ana começou a sumir, o quarto dela começou a sumir, Igor começou a sumir diante dos próprios olhos. No lugar apareceu o seu quarto, com suas coisas, com sua cama, e com o seu corpo vestido e deitado nela. Tudo não havia passado de um sonho. Tudo desde o começo. Até Ana e os seus beijos frenéticos... ahh...

E então, Igor recolocando seus neurônios no lugar, olhou em volta do quarto e soltou, desapontado:

- Droga. Tava bom demais pra ser verdade...

Pensara em até em levantar e tomar um copo de leite, mas depois dessa, era melhor voltar a dormir. Quem sabe, Ana voltaria a rechear os seus sonhos, e continuar de onde pararam...

Pois é, e no fim das contas, o sono veio.

12 comentários:

A silenciosa disse...

Tem dias que sou o próprio Igor procurando o sono!!!!
Mas eu não quero a Ana não... Prefiro o Paulo, o Roberta, o Fábio... pra entrar no ônibus!
Beijão.

Anônimo disse...

hahaha

gostei do conto...rs...bem criativo...mas eu ate q ja tava me animando com a história e não passava de um sonho...

mas valeu por me envolver nesse mundinho viu?

beijo

david santos disse...

Estou solidário com o povo brasileiro neste momento tão TRÁGICO. A vida só nos permite dois termos: a felicidade ou a infelicidade. Desta vez, quem mandou foi a segunda. Que a vida continue feliz para os que ficam.

David Santos

Anônimo disse...

que legal, gostei do conto. e é verdade, tem dias que o sono não vem mesmo..
bjo!

M. disse...

Muuuito bonito o texto, se eu estivesse no lugar dele pegaria um livro chato, um copo de água com açucar, um filme e quem sabe seguisse o caminho para a balada procurando a Ana real.

Obrigado pelo comentário no meu blog. :D

Ah, e na segunda linha do sétimo parágrafo está escrito "essa" com Ç. ;D

Linkei seu blog no meu, voltarei sempre.

Danilo Moreira disse...

Hehehe!!! O "Eça" na verdade é "Ela". Foi erro de digitação. Vlw pelo toque.

Victor Zanini disse...

huauhauhauha... mto bom, mto bom mesmo!
gostei bem criaitvo, ta de parabens ein!

mais eu nem sabia que agua com açucar dava sono :~
EAUUAEHUEAUAEHU
:p

abração!

Robertinha Diferente disse...

Eii!
otimo o seu conto!
adorei.


beijos

H. Junior disse...

asuuashhauahsuahsuhsaushausahshasa

dexa eu faze 18 anos ....vou me escrever tbm

mais pra mulher eh a coisa mais facil d subir na vida = diz sua amiga.....principalmente se a mulher for "boa" aí eh playboy na certa

ashuhuhuhuuhashuAShuhuashuasahus

Vanessa Lee disse...

Eu tbm já tive um sonho em que achei que tava acordada. Mas sem essa de Ana, é óbvio! Pq ai ia ser era um pesadelo daqueles!

Gostei de seu conto!

Pk Ninguém disse...

Isso sempre acontece! Parabéns camarada o texto tá bem legal!

Gi Olmedo disse...

"Ana, seus lábios são labririntos..." hehe!
Nada como uma pausa p/ nos recordarmos do cotidiano simples, momentos q td mundo já viveu. Acordar de um sonho bom é como ficar sem chão, é procurar um alicerce q se esvaiu em pensamentos...

Mas tinha q ser tão real? Fiquei com dó do Igor... bem na melhor hora tinha q acabar?? rsrsrs...