quinta-feira, 12 de julho de 2007

Conselhos Perdidos


Creio que este é o primeiro texto propriamente subjetivo que eu publico neste blog.

Um texto que deixa um pouco de lado os problemas externos da sociedade como um todo e entra propriamente no meu universo interior.

Na verdade o “eu” será apenas uma bebida acompanhante. Vamos então, ao prato principal.

Comecei a escrever propriamente com a cabeça de um escritor aos 13 anos e inicialmente na forma de poemas descarregando as minhas revoltas de adolescente. Naquela época eu era um garoto muito tímido, e me achava quase que um extraterrestre entre as pessoas.

Tecnicamente, os meus textos eram cheios de erros gramaticais, caligrafia de médico (e isso, infelizmente, permanece até hoje), e falta de estruturação.

Sobrava pureza de sentimentos, imaturidade, e uma sinceridade de um garoto que só queria crescer, ter amigos e entender o mundo à sua volta.

Conheço muita gente que escreve, e uma certa parcela já me contara que não gostava de seus primeiros textos já que eram cheios de trocentos defeitos, e simplesmente, os jogavam fora sem dó nem piedade.

Eu também já pensei em fazer o mesmo, até porque eu não tenho mais a cabeça que tinha com 13 anos de idade. Fora que, quando você lê, te dá até um certo constrangimento, e muita vezes até vontade de dar risada em alguns absurdos que você mesmo escreveu.

É aí que a vida me mostra a verdade.

Lendo aqueles textos, lembrei-me de pessoas e coisas legais que não fazia há tempos.

Lendo aqueles textos percebi o quanto evolui como pessoa e profissional, e também o quanto ainda preciso evoluir.

Mas, o que realmente me deixou estático foi uma situação que aconteceu comigo na semana passada:

Certo dia houve uma mudança brusca no meu trabalho. Não gostei, e nada do que me disseram me aliviou.

Foi então que à noite, antes de dormir, resolvi como quem não queria nada fuçar em um destes textos antigos, datados de 1999. E em um deles estava escrito, resumidamente:

“Quando há uma mudança em sua vida, não pense no seu lado ruim, pois ela não é a passagem para a pior, e sim a passagem para novos caminhos, e principalmente, para novos aprendizados.”

E eu mesmo havia escrito aquilo, com apenas 13 anos, sem imaginar que num certo dia, quase oito anos depois, era exatamente o que eu estava precisando ouvir.

É por isso que eu digo, não subestime demais o que você foi e nem o que você escreveu, porque há momentos em que a vida nos prega peças, e algumas vezes, o conselho está dentro de nós mesmos, perdidos talvez nas areias da memória, perdidos talvez na criança que fomos, ou perdidos talvez no adolescente que “não” conseguimos ser.

Pense nisso.

13 comentários:

Anônimo disse...

Your blog is excellent!
Please, send me the photo of your keyring or a picture and the link of your blog,
I'll publish in my blog!
Thank you
My email: nicekeyrings@gmail.com

Anônimo disse...

“Quando há uma mudança em sua vida, não pense no seu lado ruim, pois ela não é a passagem para a pior, e sim a passagem para novos caminhos, e principalmente, para novos aprendizados.”

Isso resume tudo!!!

Rodrigo Silva disse...

PRa ser sincero, eu gosto do de olhar para trás.

Quando olho para trás, o trágico vira cômico. As vezes por uma mínima coisa, nós fazemos um vendaval. Anos depois quando nos lembramos disso, rimos de como fomos tolos.

Gosto de olhar para trás e falar também "Se eu pudesse, eu voltava no tempo e faria diferente!". Olhar para trás e vê quantos erros para acertar no hoje quem sabe.

O passado é um grande aliado meu caro, ele é a única coisa certa na vida. O presente é extremamente incerto, e o futuro, ahh esse como diz o ditado, " A deus pertence".

Anônimo disse...

ai eu acho ate lindinho quem esse negocio de escrever, eu estou começando já.
ja escrevi muuito em agendas e tal.
e realmente é muito legal ler essas coisas do passado.

P. Florindo disse...

Me identifiquei muito com esse texto. Posso dizer que tenho cérebro desde os 11 anos (1998) e eu sempre gostei de escrever. De vez em quando tive fases de preguiça, mas o gosto não mudou. Mas é interessante você reler o que escreveu, e ver que as coisas mudam, tal como você fez. Você nota isso principalmente em diários.

A vida passa e você não vê.

Ótimo texto.
P. Florindo

Rodrigo Silva disse...

Você tem estilo!

Vai longe desse jeito, acredite!

H. Junior disse...

putzzzzzzz....começou cedo pakas

13 anos???

eu comecei agora com 16 quase 17

por isso q seus textos são tão bons assim

vc começou cedo

abraço

Gi Olmedo disse...

Mantenho minha linha: nada como olharmos para dentro de nós e percebermos o quanto somos valiosos.
Lembrei-me, com esse seu post, dos meus diários, agendas, textos e palavras soltas, escritos que, não sei bem porque, também guardo até hoje. Quando era adolescente, revoltada (quem de nós nunca foi?), cheguei ao cúmulo da melancolia, "embreagada em lágrimas de sangue" na época em que mamãe não aceitava um ex-namorado meu (incrível como mãe sempre tem razão!). Sim, essa frase faz parte dos meus pensamentos, poemas que comecei aos 15 anos, inspirada na minha dor e em músicas que me acompanham até hoje.
Olhar para trás faz-me perceber que ainda tenho muito para aprender, mas que minha história também já me ensinou bastante, e formou o que tenho de melhor agora: meu caráter.
Nada como ouvir nosso íntimo, e resgatar a inocência (ou maturidade) da criança que fomos... e ainda somos.
Aprender sempre.

Dan, cada dia mais sensacional. Parabéns!

Anônimo disse...

Muitas vezes aprendemos mais com nós mesmos que com outras pessoas e este aprendizado vem muitas vezes de Nós mesmos no passado.

Como você disse, naquela época a ingenuidade era clara, e hoje, parece que do que mais vc precisa é dessa ingenuidade, espero que você consiga trazer essa criança de volta e com ela consiga seguir a tua vida cada dia mais.

Abraços e parabéns pela escolha da foto. Duas Vidas, realmente, é um ótimo filme, principalmente como aprendizado.

Rodrigo Silva disse...

To pra flr isso mas sempre esqueço

mais a imagem do seu cabeçalho está super adequada com o blog!

parabéns

Helder disse...

Nunca fui de escrever poemas, só quando era obrigado nas aulas de redação.
XD

São interessantes essas peças que o destino nos prega não é?!

Vou procurar não apagar nada que escrevo á partir de agora!

Anônimo disse...

Eu SEMPRE morri de vergonha de tudo que escrevo. Raros textos meus (e meus outros blogs, tb) resistiram à minha auto-crítica. a maioria deles foi parar no limbo ou no lixo, mesmo...
no seu caso pessoal, é uma dessas coincidências que a gente não consegue explicar. como se vc soubesse que no futuro iria precisar disso não é?
Abraços!

Anônimo disse...

a proposito... não deixei meu endereço.

www.urbanopolis.vox.com

Grata,

MizLilian