terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal: Socos e Abraços


Mais um Natal...

Época de reflexões. Época de pensar o que fizemos conosco e com as pessoas à nossa volta, e também época de fazer coisas que normalmente não costumamos fazer que vão desde voltar a falar com aquela pessoa que não falamos há tempos até a dizer um simples eu te amo para o pai ou a mãe.

Todo ano se diz a mesma coisa.

Mas no fim, o que fica mesmo é sempre aquela fase máxima capitalista.

- Presentes... presentes... presentes... presentes...

Gasta-se absurdos, passa-se por transtornos por tudo quanto é canto, filas, trânsito, gente mal-educada se empurrando e furando fila, arrastões, roubos.

No fim, a família se junta pra entregar os presentes. Sempre tem a cunhada que fala mal da irmã do marido, e esta também fala. Sempre tem aquela tia chata e folgada que gosta de por defeito em tudo da casa. Sempre tem aquela criançada que não pára um minuto e seus pais não levantam o traseiro da cadeira pra nada nem pra dar bronca de longe, resumindo, o anfitrião é que tem que olhar pelas suas coisas.

Tem aquelas pessoas que preferem passar o Natal sozinhas, apenas com um copo de vinho e chorando pela sua própria solidão. Algumas já se enchem de cachaça e vão se perder pelo mundo afora, já por serem sozinhas, não tem ninguém para se preocupar com elas. Seria talvez por esse motivo a suas dores?

Fora que época de festas parece ser a época dos acidentes. O que se tem notícia de acidente pelas estradas é coisa de louco. Fora aquelas noticias trágicas que os jornalistas sensacionalistas adoram publicar, não sei se pra chamar a atenção, ou pra estragar o Natal das pessoas, já que o deles eles simplesmente passam trabalhando.

E tem isso também, tem gente que tem que ir trabalhar neste Natal e na véspera, todos os dias, e muitas vezes sem necessidade, enquanto seus patrões passam as festas as vezes até fora do país.

E, uma coisa é sempre certa, sempre o Natal de antigamente era mais animado, sempre o Natal anterior teve algo que o deste ano não teve. É como se tudo estivesse se deteriorando com o passar do tempo, inclusive as pessoas e os valores.

Aliás, alguém se lembrou enquanto lia este texto que Natal na verdade é a comemoração pelo nascimento de Jesus Cristo?

Tem gente que não se lembra nunca.

Mas, apesar de tudo isso, o Natal nunca deixará de ser uma festa boa. Pelo menos uma vez no ano várias pessoas vão deixar um pouco de cuidar apenas do seu ego e se preocupar em presentear os outros, ainda que com um simples abraço, ou com uma palavra de conforto, ou com um simples sorriso.

Também é época de orar, independente da religião e da crença, e pedir para que tudo melhore no futuro, e se já está bom, que fique ainda melhor.

E principalmente, agradecer por ter chegado até aqui, e de preferência, junto das pessoas que você mais ama.

E é isso, esse autor que vos fala ainda está acordando de uma leve ressaca, misturado com mau humor, barulho de fogos e com gente conversando aos gritos, mas mesmo assim, lhe deseja um Feliz Natal, e que todos os seus sonhos, mesmo aqueles que o tempo e a arrogância do mundo insiste em sufocar se realizem.

E acima de tudo, que você sempre tenha as pessoas que ama ao seu redor e acima de tudo, que você possa continuar sempre amando ao próximo e a si mesmo.

Feliz Natal.


FOTO: http://img.terra.com.br/i/2006/12/03/427805-9224-cp.jpg

domingo, 16 de dezembro de 2007

Com Esperança...


Há uma esperança dentro de cada coração

Mas:

Há corações com paredes, portas e trancas
Há corações com muitos seguranças armados
Há corações que vivem de lamentações
Há corações que nada sentem além de suas pulsações

A esperança é usada como uma espada
Às vezes pontuda a ponto de ferir os outros
Que sua espada seja usada apenas para defender seus ideais

Não confundas esperança com esperar
Espera-se pelo melhor, espera-se por um mundo melhor
Continue esperando sentado numa cadeira de balanço
Que o tempo te jogará na estrada e não te esperará alcançá-lo
Quando abrires os olhos verás que estás caindo na estrada da vida
Levante e comece a caminhar

Em nossa caminhada há problemas demais
Dores fortes que nos despedaçam em lágrimas amargas
A esperança é uma injeção com combustível puro
Ingerido no teu sangue para lhe dar o gás que precisas

Tudo para correr atrás de teus ideais

Atrás dos nossos ideais...


FOTO: http://www.homemsonhador.com/Chama.jpg

domingo, 9 de dezembro de 2007

Em Linhas de Elite


É com orgulho que este humilde blog anuncia ter recebido as indicações para o Selo Blog de Elite idealizado pelo blog Putsgilo!.com

Foram duas indicações, uma pelo mestre R Lima e seu O AveSSo da Vida e outra pelo gênio de O Enxadrista.

O legal deste selo é que além de rechear os nossos corações com uma boa dose de reconhecimento, este selo também vale um prêmio em money... Clique aqui para ver mais informações.

É claro que, para um blogger, nada é mais valioso do que o reconhecimento por algo que ele se esforça em produzir.

Segue agora, orgulhosamente, os meus indicados:

Diego Moreto: É um dos meus "Blogs de Cabeceira". É um blog onde posso entrar tranquilamente sabendo que lá haverá textos variados sempre com uma crítica requintada e ao mesmo tempo afiada sobre música, política, sociedade e cotidiano, tudo seguindo a risca a verdadeira função de um blog de proporcionar bom entretenimento e informação bem escrita.

Confessionário: Conheci este blog há pouco tempo mas já virei fã. Bem escrito, retrata temas cotidianos com muita sensibilidade e percepção.

Devaneios Bobos: Também conheço a pouco tempo mas tembém me encantei com a forma de escrever da autora. São vários textos de reflexão, escritos com delicadeza, com um pequeno fio de ironia e critica afiada, e principalemente, com muita maturidade.

Loucos do Blog: É um blog que tem de tudo, humor, noticias, critica. E muitas de suas postagens falam de coisas que muitas vezes temos preso na garganta mas nao tem coragem e/ou, tempo para falar.

Notas de Um Amésico: Indico este excelente blog por possuir textos que são verdeiras viagens, que nos levam a refeletir sobre coisas que as vezes estão guardadas na gaveta mais profunda da nossa alma.

Lembrando aos indicados que deverão especificar o porque das suas próximas indicações.

E por fim, mais uma vez, humildemente, o Em Linhas agradece a todos que o visitam e a todos que o indicaram.

Eu também tenho visitantes de elite.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Uma Dose de Calmante


Pisaram na sua grama?
Deram muros na sua fala suave?
Agarraram as suas pernas para você chegar atrasado?
Torceram o seu ideal?
Desamarraram o laço do seu novo tênis para você cair?
Quebraram o quadro que você mais amava?

Beijaram o seu inimigo, pegaram a saliva da boca dele para cuspir na tua cara?
Soltaram as aves com bicos afiados para arrancarem os seus cabelos tão bonitos?

Pintaram um quadro com todas as pessoas do mundo menos você?
Bordaram uma roupa que serve para o mundo todo, mas em você fica apertada e dá coceiras?
Você comprou um vaso de flores, alguém de deboche o pegou e o atirou em seu pé?
Você estendeu a mão à alguém, e este mordeu o seu braço?
Hoje, não se sabe como, os seus passos estão lerdos demais?
Hoje, não se sabe como, os passos da sua cabeça estão lerdos demais?

E por fim, o trânsito de pessoas querendo chegar no mesmo caminho te saturou?

Fique em silêncio
Chegue na sua casa de verdade
Abra os seus braços
Sinta o ar te respirando
Sinta você respirando o ar
E nesse beijo tão puro e indispensável
Tenha um orgasmo de tranqüilidade
Deite-se no chão
Estenda os braços
Olhe para o teto
Se abrace
Porque pior do que qualquer porrada tomada
É não ter por que lutar.

Pegue a taça do seu calmante natural
Um calmante que existe dentro de você
Abra a boca do seu coração
Coloque uma música de fundo
Crie com seu bom gosto uma linda canção
Deguste a bebida com parcimônia
E se orgulhe do que trouxera até aqui
A cada lágrima derramada
A cada murro sobre as paredes
Você saberá que tudo não é por acaso.

A verdade é que o mundo não sabe falar direito
E a vida é um brutamontes desajeitado,

Mas que no fundo, no fundo, te ama.


FOTO: http://www.by.blog.br/wp-content/uploads/2007/06/ferias.jpg

sábado, 24 de novembro de 2007

Uma Pequena Dose de Vinho Amargo


A grama está virando terra seca
Os ventos estão mais fortes e empoeirados
As pessoas mais sérias e apressadas
O sol já não brilha mais como antes
Seu coração não bate mais com tanto vigor

Já não se ouve o canto dos pássaros
Por onde se anda vê-se pombos esmagados
Os carros vivem de vidros fechados
Seus motoristas tão duros quanto a lataria de seus carros

Na TV enterra-se todos
Crianças
Idosos
Gente
Casas
Aviões
Metralhadoras
O sangue fica à mostra escorrendo como um rio

Olhou para cima encabulado
Logo por dois segundos
Seus tempos de reflexão acabaram
Porque os inúteis já roubaram o seu sossego
Hoje dois olhos já não são mais suficientes
A atenção deverá estar por todos os lados

Mas mesmo assim ele ainda conseguiu perceber
Que aquele céu cinzento de poluição
Está cada vez mais escuro

É só a tempestade chegando, meu amigo, é só a tempestade chegando.

Abra o guarda chuva para proteger a sua alma, porque ela pode molhar demais e criar mofo.

Isso, se com o tempo, ela não apodrecer...

E nós sabemos que há ratos à nossa espera...


FOTO:http://baixaki.ig.com.br/imagens/wpapers/BXK15248_tempestade-serra-negra800.jpg

sábado, 17 de novembro de 2007

Em Cacos


Os trovões da sua cabeça emitem raios que estão ultrapassando as barreiras do seu corpo.

A cada barulho, a cada raio, o seu coração parece doer mais.

A sua cabeça parece gritar desesperadamente, jogando os seus punhos contra cada parede.

Cada soco dói na alma.

Há uma vontade estranha de queimar cada quadro pintado e cada passo que deras antes.

Mas o estranho, ridículo e abominável é que o ser humano só se lembra dos passos errados.

Das pisadas em falso;
Das vezes em que acabara pisando em flores;
Das vezes em que pisara coração dos outros;
Das pisadas tão estúpidas que o fizeram cair;
Das vezes em que lhe comparam com um bebê que apenas sabe engatinhar;
Das vezes em que suas pisadas travaram;
Das vezes em que suas pernas começaram a doer.

E de repente, quando pisas num lugar tranqüilo, com a certeza de estar pisando certo, algo estranho aparece em seus olhos.

Cada parte da sua pele parece rachar-se em cacos de vidro.

Cada pedaço seu parece se despedaçar na estrada.

E o que mais dói é que, enquanto para as pessoas que te amam esses cacos valem ouro.

Você mesmo não sabe o distinguir das outras pedras.

À essa altura, meu caro, os seus olhos também já desabaram...

Chame o faxineiro para limpar os restos.


Foto: http://www.poli.globolog.com.br/bolaquebrada.jpg

domingo, 11 de novembro de 2007

Delírio nº 6 – A Humanidade


Caminhando tranqüilamente nervoso
Nervosamente caminhando tranqüilo
Viemos de uma terra sem lei
Caminhamos para uma terra sem lei
Somos uma terra sem lei?

Viemos de pedra lascada
Passamos por incontáveis guerras
Passamos por ampliações de terreno
Terremos que ultrapassavam mares

Por
Mares
Nunca
Dante
Navegados

Mecanizamos o nosso mundo
Nossas pessoas
Nossos produtos
Nossos pensamentos
Nosso tempo
Nossa rotina

Perdemos o sono,
Perdemos a calma
Perdemos a alma
Perdemos o tempo
Perdemos dinheiro
Perdemos contas
Perdemos árvores
Perdemos cartões
Perdemos família
Perdemos a vida


..........[som] ..........[som] ..........[som] ..........[som] ..........

.......[calma] ........[calma] ........[calma] ........[calma] .....

.......[silêncio] .....[silêncio] .....[silêncio] .....[silêncio] ......


CORRA [olha a hora!] COOORRA [olha a hora!] COOORRA [olha a hora!] COOOOORRA [olha a hora!] COOOOORRA!!!!!!!!!! [olha a hora!] COOOOOOOORRA!

E agora caminhando por essa estrada de povo insano, pedras de lascar, balas de lascar, saudades de lascar, stress de lascar, eu me pergunto, onde este mundo está indo, se está indo parar no fundo do seu fundo, ou na frente do seu fundo.

Mas esse fundo está mais profundo de que o mundo possa imaginar.

Nós estamos cavando
Estamos cavando
Estamos cavando
... cada vez mais cavando...

Esta terra me deixa apreensivo
tenha medo dela ser radioativa
tenho medo desses micróbios corroerem o meu coração
que bate com a pureza do sangue e dos lanches de fast food
a minha mente que funciona a dose de vitaminas industrializadas
o meu corpo a base de plásticas
as minhas roupas feitas para milhões de pessoas

......todas iguais......todas iguais..... todas iguais.......

a terra está encharcando o nosso corpo
preciso de água para tomar banho
lavar a minha pele e lavar o meu tênis

lavar.....lavar.....lavar.....lavar.....lavar

Mas a cada cavada que passa
a água vai ficando mais escassa
pois o sol está secando e a sede de todos aumentando

Enquanto não for paga, beba a que resta
porque no dia em que ela acabar
tu só poderás viver de reza
isso se seus lábios não secarem
e não puderem soltar mais sons desesperados
porque o grito dos poderosos ecoa
pela força da quantidade de seus empregados
enquanto pessoas com gritos menores tentam aumentar os seus dotes

vamos aguardar um momento
mas que esse momento seja pequeno
caso contrário
a nossa ligação será encerrada

tu+++tu+++tu+++tu+++tu+++tu+++tu

Foto:http://www.cidadaodomundo.org/wpcontent/photos/A_juventude_pode_mover_o_mundo.jpg

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Amor pela Vida


Se a vida te der as costas, segure o seu ombro, vire-a para defronte a você, agarre os seus cabelos, a surpreenda com um beijo.

Você verá que a vida cairá aos seus pés, lhe proporcionando incontáveis e memoráveis momentos de intenso prazer.



Foto: http://duard.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/02/beijo.jpg

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Arte de Desabafar


Certo dia, fuçando nos blogs da vida, li uma postagem que me deixou um tanto reflexivo e retrospectivo.

O blog era de um rapaz cujo nome não me lembro agora, mas a postagem era um desabafo.

Me pareceu um rapaz com algo bem entalado na garganta, com uma espécie de angústia no peito, e o motivo parece ter sido algo referente ao fato de escrever no blog e as opiniões, especialmente as caluniosas. Foi muito bem escrito e eu, confesso, me comovi com a humildade e o gosto com que ele disparava aquelas palavras, meio que a frase do meu cabeçalho “Quando as palavras se tornam o nosso mais precioso divã”.

Veio um filme na minha cabeça. Me lembrava que, enquanto ficava quieto e isolado na minha carteira, na 7º série, olhando todos à minha volta se enturmarem menos eu, por causa da minha timidez, pegava uma matéria vazia do meu caderno e descarregava tudo ali, na época, como poemas.

Quando brigava com a minha mãe, sempre por motivos fúteis ("aborrecência...") me trancava no quarto e ia lá, me abrir para o papel, sempre com o velho discurso do “não sou mais criança”, “ninguém me entende”, etc...

Quando amava uma garota, e de repente descobri que ela não queria namorar comigo e ainda arranjou (fingidamente) um outro cara para me afastar, também corria para o papel e desabafava.

E por aí vai, até hoje, porém são desabafos por motivos mais externos como a falta de educação, ou as injustiças sociais, etc.

Já diziam quando eu era criança que o papel é mais paciente que o homem. Ele é um amigo seu, um amigo calado, pronto apenas para lhe ouvir. Ele não dá conselhos, não te abraça, não não segura as suas mãos, não acaricia a sua cabeça, apenas fica lá, sem nada, lhe disponibilizando apenas linhas, esperando que você o faça cumprir a sua função.

Mesmo não tendo todas as qualidades e reações de um amigo, é incrível como em certos momentos, ele é a companhia ideal para a gente. Nem sempre as pessoas nos entendem, ou não tem paciência para nos ouvir. Às vezes escolhemos tão errado as pessoas, que no fim nós é que podemos acabar prejudicados com falsidade e até punhaladas.

Já com o papel é diferente. É você quem escolhe o que dizer para ele. Pode-se falar tudo, pode-se até batê-lo ou xingá-lo, ele não fará nada contra você. Porém, há uma ressalva: o papel é aberto para quem quiser lê-lo. Diferente dos verdadeiros amigos que podem levar segredos para o túmulo, o papel está te estampando ali, basta que alguém o consulte. Daí já entra a necessidade de saber guardar o que você escreveu, ou se for algo que até te causa constrangimento, rasgá-lo e jogá-lo fora.

Falo de papel, porém, concordo em gênero, número e grau, que o blog também é um amigo, a diferença é que lá há comentários, mas aí vai da maturidade da pessoa em saber que algo que está sendo exposto para o mundo todo, é, portanto, sujeito a julgamentos e opiniões (desde que não difamadoras). Mas o blog também não deixa de ser um ótimo campo para desabafos profundos, afinal, é uma forma de gritar a todo o mundo e pôr para fora o espinho que arranha a nossa garganta, transformando-o em uma bela escultura a ser vista e contemplada, e é claro, porque não, odiada?

E por fim, encerro este texto dizendo a quem está nessa situação, transforme sua dor em arte, porque no fim, a dor passa e a arte fica, como um registro de mais uma moeda colocada no seu cofre de experiências.


Foto: http://tn31.deviantart.com/fs9/300W/i/2006/052/8/8/O_grito_by_FabiolaFernandes.jpg

domingo, 28 de outubro de 2007

As Correntes


Se todas as correntes funcionassem, você:

1. Encontraria a sua alma gêmea em cinco horas;
2. Receberia milagres dentro de sete dias;
3. Ficaria rico em seis meses;
4. Descobriria o dia em que você ia morrer;
5. Amarraria o amor da sua vida;
6. Afastaria o seu ex para sempre;
7. Seria promovido no trabalho;
8. Teria sorte em tudo que você apostasse;
9. Descobriria facilmente quais são os seus verdadeiros amigos;
10. Beijaria num horário programado;
11. Descobriria quem você realmente ama;
12. Ajudaria todas as criancinhas carentes;
13. Teria surpresas com hora e dias programados;
14. Viraria um sábio Chinês.

Pense bem, se corrente proporcionasse tudo isso mesmo, você acha que seria assim, de graça?

Agora, se você não seguisse todas as correntes:

1. A Samara bateria na sua porta;
2. Você teria sete anos de azar;
3. Você iria broxar por cinco anos;
4. Você não iria mais beijar nos próximos seis meses;
5. Seu braço cairia;
6. Você nunca ia saber quem realmente você ama;
7. Você nunca ia saber quem realmente te ama;
8. Você nunca ia saber quantos amigos verdadeiros você tem.
9. Você seria considerado um anti-social, alguém que não gosta de seus amigos;
10. Você é um ser humano malvado, egoísta e que não ajuda as pessoas que precisam;
11. Você não ama Jesus;
12. Você ia perder todos os seus amigos;
13. Seria um chato quebra-correntes.

Bem, diante dessas ameaças e dessas sentenças, há correntes que seriam consideradas crime, afinal, tudo que fere a moral, a dignidade e a integridade do ser humano é contra a Lei. Portanto, se alguém te mandar correntes desse tipo, você pode processar e exigir indenização.

Resumindo, se você acredita em correntes, tudo bem, opinião é opinião, mas se você estiver sem grana, esta aí uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro. E para quem detesta, como eu, aí está uma otima oportunidade pra ganhar dinheiro em cima dos outros utilizando a nossa Lei. Pelo menos uma vez na vida ela irá prestar para alguma coisa.

Senti algo agora escorrendo na minha boca... com licença, vou limpá-lo...

Tenha uma ótima semana.


Foto: http://www.conectados.blogger.com.br/correntes.jpg

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Abalo


Abalado

Não abalado

Aba[não]lado

[não] abalado

abalado

[abalado] NÃO!!!

Que seu abalo não destrua as pessoas
E nem seja uma marreta arremessada contra cada alma
Não se esqueça: as almas são de ferro abstrato
Mas o coração é feito de sangue.


Foto:http://www.contadora.outonos.com/arquivos/badoura/Tempestade%20no%20Deserto.jpg

domingo, 21 de outubro de 2007

O Homem Não Pode Tudo


A origem desta crônica é uma conversa, há pouco mais de um ano atrás.

Na época, eu e uma amiga estávamos escrevendo uma peça de teatro, e a nossa escrivaninha era as mesas da biblioteca do Centro Cultural São Paulo. Íamos de manhã para escrever o roteiro, e por volta de meio-dia fazíamos um break lá na Av. Paulista, que fica perto.

Enquanto voltávamos para a nossa “escrivaninha”, conversávamos sobre a disparidade entre o que a sociedade permite ao homem e à mulher.

A minha amiga foi taxativa. Disse que as mulheres não podem nada e os homens podiam tudo que quisessem.

Eu discordei. O homem não pode tudo.

Quando um menino nasce, o pai adora, dá pulos de alegria. Já se costuma escolher o time que o filho vai seguir (o seu).

Na infância, todos à volta dão incentivo ao filho para paquerar a menininha que vier pela frente.

E tem as regras: menino tem que gostar de futebol. Menino tem que brincar de carrinho. Menino não pode chorar. Menino não pode brincar com meninas. Menino não dança. Menino não pode gostar de rosa. Menino tem que ser bom de briga, etc...

Na adolescência, geralmente o garoto que fala mais fino tende a ser motivo de chacota entre os amigos. Considero, nesse aspecto, a pior fase do homem, porque para tudo se põe à prova a sua masculinidade.

Se não pegar aquela menina, não é homem.

Se é tímido nas paqueras, não é homem.

Se não bebe, não é homem.

Se não gosta de futebol, não é homem.

Se depende da autorização da mamãe, não é homem.

Daí por diante, e que o grupo de amigos quiser que você faça, você tem que fazer, senão, você não é homem.

Na fase adulta, homem tem que ser responsável, tem que trabalhar, não pode em hipótese alguma aceitar que uma mulher pague as suas contas ou o sustente, senão o povo cai com a língua em cima.

Tem que ser um cara pegador, com a vida sexual ativa quase vinte e quatro horas, tem que ser bruto, gostar de luta e só ver filmes de ação. Coitado daquele que se atrever a escrever poemas, ou, gostar de novelas ou filmes de comédia romântica.

Homem não pode ter amizade com mulher que já comentam que é namoro, e se sabem que não, aí é que atiçam para “catar” ela. Homem não pode se emocionar, não pega bem. E homem que é homem jamais elogia outro homem. Homem tem sempre que ter atitude, pra tirar satisfações com o vizinho barulhento, pra meter o braço no cara fortão está mexendo com a sua namorada. Homem não pode ter medo. Homem tem que ser bom de cama, não pode broxar. Tem que saber beijar. Tem que ser musculoso. Tem que falar grosso. Tem que pegar todas. Tem que ser, enfim, o cara.

O problema é que nem sempre o homem tem ânimo para sair, nem sempre tem segundas intenções com a grande amiga, nem sempre tem coragem e porque não, ás vezes não consegue conter as suas lágrimas diante de uma bela música (principalmente se o fizer recordar de um grande amor, etc...), ou um filme bem produzido.

Basta o cara não cumprir algumas dessas “regras”, principalmente na infância ou na adolescência onde sua personalidade ainda está em formação, para ser motivo de piadas maldosas e até mesmo, de exclusão das pessoas. Na fase adulta, rola-se as brincadeiras, mas os comentários ficam mesmo é por baixo do tapete. O que ás vezes pode ser muito pior.

É claro que, quando uma pessoa tem personalidade, essas línguas tornam tão insignificantes e invisíveis quanto os micróbios.

Resumindo, na minha opinião, o homem não pode tudo que quiser, ele "tem que poder tudo". Enquanto, ainda hoje, as mulheres são reprimidas quando querem ser elas mesmas, os homens são cobrados para serem homens aos moldes da sociedade. Isso não deixa de ser uma forma de repressão, porém, às avessas.


Foto: http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/images/sps28_cami.jpg

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Este Blog Vale a Pena Conferir


Foi com muito orgulho que hoje, recebi do Diego Moretto a indicação Este Blog Vale a Pena Conferir.

Foi uma surpresa, ainda mais para quem nesses dias andava meio desmotivado com o blog e com a sensação de estar andando num deserto onde sentiria cada vez mais sede, mas não colheria nem água e nenhum fruto.

Gosto desses premios porque são uma recompensa ao nosso esforço de postar coisas bacanas, e que fujam dessa coisa suja que o mundo (a TV, os jornais e etc...) vivem tacando na nossa cara todos os dias com quem nós somos obrigados a digerir e engolir a seco, tudo apenas para garantir audiencia. Estendo essa crítica a alguns blogs que, nós sabemos, também seguem essa linha.

E por fim, o Em Linhas agora exibe os seus indicados.

1. O AveSSo da Vida
Blog com textos excelentes e que nos levam a uma forte reflexão, com palvras que parecem dedos tocando a nossa alma.

2. Notas de um Amnésico
Este blog támbém é muito bem escrito, com contos e textos que possuem caraterísticas mistas, algum com tom ironico, outros com um tom mais melancólico, mas todos com um tom reflexivo.

3. o Enxadrista
Esse conheci recentemente mas de cara já gostei, principalmente pelas postagens curiosas e principalmente, engraçadas.

4. Se Conselho Fosse Bom
Esse já conheço há um bom tempo, e é de uma garota que deixa bem claro, humildemente, que ela é apenas um ser humano, e o legal de suas postagens (algumas com fio de ironia), é que sempre terminam com uma moral da história.

5. Irrequietos Acepipes
Esse mistura cultura, conhecimento e humor. E então, tudo isto é jogado na panela, apimentado com uma boa escrita, e torna-se um prato irresistível.

É isso.

E mais uma vez, o Em Linhas agradece.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Portugueis


Eu escrevo errado portugueis
Prusque eu num sou portugueis
Eu sou brasileiro e falo brasileiro
Portugueis não tem pizza
Num tem cachaça
Num tem catimba
Num tem tchau
Num tem bucho

E nóis escreve assim porque nóis semo gente dessa gente
Dessa gente que tem colegial compreto, mais num sabe leitura direito
Dessa gente que trabaia todos sol e todas lua
Dessa gente que paga mais conta que acumula
Dessa gente tão gente como a gente

Se tu num gostou do meu brasileiro
Intaum ache coisa melhor
Porque eu sou o que sou
E de quem falo num tenho dó
Se tu quer melhorar alguma coisa
Largue de gasta o seu gogó
Dá os teus pulo cumpade!

Num tenho tempo pra intende de economia
Num tenho saco pra ler pulitica
Num tenho tempo nem pra ler Casmurro

Mas sabe... inté que tenho curiosidade...


Foto:http://images.uncyc.org/pt/thumb/0/0c/Creysson.jpg/200px-Creysson.jpg

domingo, 7 de outubro de 2007

As 11 regras de Bill Gates para se ter sucesso


1 – A vida não é fácil, acostume-se com isso.

2 – O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa de útil por ele, antes de sentir-se bem com você mesmo.

3 – Você não ganhará 20.000 dólares por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar o seu próprio carro e telefone.

4 – Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5 – Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo de sua posição social. Seus avós tem uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6 – Se você fracassa, não é culpa de seus pais. Então não lamente os seus erros e aprenda com eles.

7 – Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles ficaram assim por pagar as suas contas, lavar as suas roupas e ouvir você dizer que eles eram “antiquados”. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar o seu quarto.

8 – Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim.
Em algumas escolas você não repete mais um ano e tem quantas chances precisar até acertar.
Isso não se parece em absolutamente nada na vida real. Se pisar na bola está despedido... Rua! Faça certo da primeira vez!

9 – A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10 – Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11 – Seja legal com os C.D.F’s, aqueles estudantes que os demais julgam que são seres babacas. Existe uma grande probabilidade de você ir trabalhar para um deles.

Bill Gates

(Convidado por uma universidade para uma palestra, fez esta breve exposição de 5 minutos; foi aplaudido de pé por 10 minutos.)


Foto: http://blogs.guardian.co.uk/technology/archives/images/bill_gates_400.jpg

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Delírio nº 5


Algemas
Grades
Prisões
Carandirus

A pena não é de morte, não tem fundamento
Não tem sentido, só tem sofrimento
Penas impostas pelo juiz implacável da sua cabeça
Um juiz que pode até ser justo, mas dependendo do seu humor pode aplicar até penas que não existam na constituição da sua alma

Englobando essa pena:
Dores de cabeça
Dores no coração
Dores na alma
Medo

O abismo puxa para baixo, te afastando das suas reais intenções, te deixando sozinho no escuro que te cega
Não te deixa ver o que fazer e principalmente o que estas deixando de fazer

Abra a cabeça
Abra a alma
Abra os braços
Abra o sorriso
Abra a calma
Abra o seu ser
Abra o seu vento
Abra o seu coração
Abra os seus ouvidos

...Liberdade...

Agora faço o que quero
O que penso
O que espero
O que eu não espero
O que todo mundo quer

...legal...

mas, de repente ou a longo prazo a moeda se vira
me drogo
me prostituo
me vicio
me embebo
me engravido
me exagero
me destruo
me machuco
te machuco
te vicio
te robo
te atropelo
te queimo
te destruo
destruo ao mundo

A sua jarra de suco vermelho agora perfumado com enxofre está sendo arremessada ao chão
Puros cacos
Quem se aproximar dele terá suas mãos feridas ou até cortadas
O estrago está feito
O que fazer?

Tua liberdade fora demais
E tudo que é demais gera problemas demais
Vícios demais
Fome maior do que a barriga
Olhos maiores do que a barriga
Vê-se na mesma prisão
Porém do outro lado da moeda

Saia saia saia saia saia

Passou a tempestade
Limpe a sujeira
Lave as suas portas, as suas janelas, as suas paredes e as suas roupas
sujeiras que infelizmente não sairão
Outras se transformarão nos frutos mais belos que você plantou

No fim o que fica é a experiência
E a ciência das verdades para serem carregadas para o resto da vida
E viva a vivência da liberdade com consciência
Ciência
Vivência
Experiência
encia
cia
a
.


Foto: http://sosbixarada.blogs.sapo.pt/arquivo/agua.jpg


segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Se a Vida Imitasse a Arte...


Muita gente ao ver novela diz que a arte imita a vida e a vida também imita a arte.

Se vida imitasse a arte, nesse caso, você provavelmente:

Seria uma pessoa linda, sempre na moda, onde todo mundo é seu fã, pede autografo e quer imitar;

Viveria numa linda e confortável mansão no Morumbi ou no Leblon;

Teria um conversível e faria parte de uma família poderosa dona de uma das maiores empresas do país;

Se estivesse estressado, largaria tudo e passaria alguns dias de férias em Paris, Roma ou Nova York;

Teria uma internet super-ultra-hiper-mega rápida;

Só ligaria a TV quando estivesse passando alguma coisa importante e provavelmente veria algum conhecido seu;

Se casaria com alguém lindo e poderoso, tendo certeza de que serão felizes para sempre;

Teria, como parentes, Tarcisio Meira, Regina Duarte, Laura Cardoso, e namoraria com Mariana Ximenes, Juliana Paes, Henri Castelli ou Reinaldo Gianechinni;

Freqüentaria as melhores baladas, restaurantes, motéis e salões da cidade;

Teria sempre uma empregada simpática, atenciosa e melhor amiga à seu dispor para o que der e vier;

Não viveria numa mesma rotina todos os dias, afinal, nenhum capitulo é igual ao outro;

Teria vários vilões que tomariam o seu amor, seu emprego, sua casa, sua fortuna, te deixaria na pior, mas no fim, além de ter tudo de volta, eles não sairiam impunes e provavelmente iriam morrer queimados, com um tiro ou caindo de um penhasco;

A hora sempre voaria;

Teria a sua vida recheada de trilha sonora a todo momento;

Não importa se você é rico ou pobre, no final, todo mundo termina feliz e de bem com a vida;

E o melhor de tudo...

Para fazer tudo isso, você ganharia um salário de 30 mil reais e se fosse convidado, teria sempre a chance de mudar de personagem, cenário e época, como de um pé-rapado da periferia para um ricaço de Monaco, em menos de tres meses.

Definitivamente, a vida não imita a arte...

foto: http://www.oguia.tv/tumb/744497521196.jpg

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

E Tudo Mudou...


E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone.
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha.


"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose,
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal


Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação.


A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis.
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo...
E do "não" não se tem medo.


O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico


Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, todos anjos Agora só tocam lira...


A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz... de tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.


Luiz Fernando Veríssimo.

Fonte: http://www.ufmg.br/boletim/bol1509/verissimo.jpg

domingo, 16 de setembro de 2007

Plastic Beautiful



Nina estava em seus afazeres da casa. De repente, a campainha tocou:

- Bom dia.

- Bom dia !? – respondeu ela ao olhar para o rapaz com um sorriso no rosto. Um sorriso que dava até medo.

- Meu nome é Cláudio, eu sou o que se pode chamar de um carteiro sem uniforme, mas com crachá.

A mulher observou o crachá no peito do rapaz. Lá estava escrito Long Life.

- O que você quer?

- É muito simples. Eu apenas quero conversar com a senhora.

- Sobre?

- Sobre algo que eu tenho certeza que vai interessar muito a senhora.

Ela já conhecia esse papo. Era um vendedor. Antes que o rapaz abrisse sua bolsa, Nina já tratou de disparar.

- Desculpa moço, mas hoje não. Eu vou sair.

- A senhora vai sair assim, de avental, havaianas amarelo e bobs na cabeça? Aliás, pelo que eu percebi, a senhora se preocupa com a sua beleza, não é?

- Olha moço, eu...

- Pois aqui está a pimenta que vai dar mais gosto à sua carne. – e tirou um pote da bolsa. – Eis aqui o Plastic Beautiful, a última palavra em embelezamento de pele. Com ele, seu rosto ficará lindo e sedoso como a da Deborah Secco ou da Juliana Paes.

- Moço, eu tô com panela no fogo...

- Pense bem, senhora. Veja o mundo à sua volta. As mulheres se cuidam cada vez mais. Com tanta mulher no mercado, é preciso que cada uma faça a sua diferença, e quando se cuida principalmente da pele, já é um grande passo para a conquista dos homens.

- Eu já sou casada. Olha moço, eu não quero ser mal-educada, mas eu preciso ir e...

- Quantas vezes o seu marido reparou na senhora nessa semana?

- O quê? Que pergunta é essa?

- Aposto que não reparou, não é?

- Ora, é claro que ele reparou sim... – respondeu ela, tentando disfarçar a verdadeira resposta.

- Não sei não... pela cara que a senhora fez... Mas é assim mesmo. Agora te pergunto, quantas mulheres por ai a senhora acha que o seu marido reparou só hoje?

Nina arregalou os olhos. Era uma pergunta no mínimo impertinente, mas no fundo, era curiosa. Será que seu marido reparava mais nas outras mulheres do que nela?

- Senti um ponto de interrogação no ar? Uma certa curiosidade em saber a resposta exata? – indagou o vendedor, com aquele sorriso assustadoramente simpático.

- É... Não sei... Mas prefiro não imaginar...

- Vá se saber quantas mulheres bonitas passam pelo seu marido todos os dias, com aquele corpinho impecável... – Nina olhou para os pneus em seu corpo gordinho.- ... com tudo em cima e uma pele impecável, de seda. Duvido que ele não repare. E a senhora sabe, elas gostam...

- Não sei de nada! – respondeu ela, imaginando a cena onde seu marido observava mulheres impecáveis, que em retribuição piscavam para ele enquanto turbinavam seus decotes. – Nem quero imaginar. Se eu pego uma mulher dessa eu juro que..

- Senhora, por favor... – acalmou o rapaz, apoiando seu braço no ombro dela. – Não guarde rancor neste lindo coração, não reaja contra elas, seja uma delas. Compre Plastic Beautiful, siga as instruções, e em pouco mais de uma semana terá sua pele como uma seda, tão impecável que dará vontade não só ao seu marido, mas em todos os homens que verem a senhora por ai, de tocá-la, amaciá-la e acariciá-la... O produto sairá por apenas R$ 27,00. Aceitamos cheques para até 60 dias e a senhora ainda leva um catálogo com todos os nossos produtos conceituados e aprovados pelo ministério da saúde. Aproveite senhora, chame a atenção do seu marido.

- Ai... não sei não...

- Tudo bem, eu entendo. Sabe senhora, eu sou um simples vendedor, confesso, mas não só vendo apenas produtos de beleza, vendo também pequenas dicas para tornar a vida das pessoas mais felizes, mais completas. Assim eu também me sinto mais feliz, afinal, estou fazendo o meu trabalho, e também estou fazendo o melhor para as pessoas. E a senhora merece, afinal, fica todos os dias limpando a casa, cozinhando, lavando roupa e cuidando de sua família. A senhora merece sempre estar bonita, sempre. Eu falo de coração.

- Ai... obrigada. – respondeu ela, comovida com o olhar cativo do rapaz. – Tudo bem então, eu levo. Espera um pouco que eu já volto.

- Pois não senhora. – respondeu o rapaz, ainda mais sorridente.

Minutos depois, já com o dinheiro em mãos e Nina com o produto e devidamente orientada com as instruções de uso, o rapaz agradeceu.

- Senhora, foi um prazer em conhecê-la. Espero não tê-la incomodado muito, mas é aquela coisa, às vezes a vida nos tira alguns minutos do nosso tempo para nos dar décadas de sucesso. Qualquer dia eu passo aí de novo.

- Obrigado a você, imagina. – e trancou a portão, sorridente, com a esperança de que, após usar aquele produto, sua pele ficaria mais macia e seu marido iria gostar muito mais.

Enquanto isso, Cláudio caminhava pela rua, rumo a próxima casa onde iria oferecer o seu produto.

- Hehehehehe... o que é que um pouco de lábia não faz com as pessoas...

E ele mal podia esperar pela sua comissão no final do mês.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Delírio nº4


Quero crescer
Quero ganhar dinheiro
Ser conhecido
Amar
Ficar com ela
Mudar de emprego
Subir de cargo
Meter-lhe a mão na cara
Subir nas paredes
Nos postes
Nas lajes
Nos prédios

E pular...

Saltar no mar das oportunidades
Banhar-me com as águas sucesso
Sorrir para todos os lados
Falar o que bem entendo
Para quem quer ouvir
Para quem não quer ouvir
Para quem não pode ouvir
Para quem merece ouvir

Uma palavra de consolo
Ou palavras que doam como um tapa na cara
Mostrar quem é inútil
Mostrar quem merece compreensão
Mas eu tenho medo

Medo
Medo
Medo
Medo
Medo

As trevas do nosso medo fazem pipoca com nosso sangue, desestruturando os nossos neurônios, perfurando a nossa carne até nosso sangue jorrar em nossos olhos, nos cegando, nos corroendo.

Abra a torneira

Deixe a água pura da adrenalina, da força de vontade, enxaguar os seus cabelos, percorrendo pelo seu peito e chegando até seus pés.

AAAAAAHHHHHHHAAAAHHHHAAAAAHHHHAAAAAHHHHHAAAHHHHH...

Deixe o medo com medo
mostrando aquilo que deve ser feito
abrindo as cortinas da janela do seu ser
mostrando a ele o sol
que com seu dedo pintado de vermelho
o chama para conhecer o mundo
para meter a cara
e meter a mão na massa.

A massa é boa, deseja provar?

Se não gostar, porque você ainda não está com fome

Subnutrido...

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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Vinte e Dois


Já era para ter publicado esse texto há mais tempo, porém por falta do "mais tempo" só pude fazê-lo hoje.

Confesso que perdi o jeito para escrever sobre mim mesmo. É como fuçar numa estante com livros empoeirados, tentando relembrar o que estava escrito em cada um deles, tudo para concluir um trabalho que estou fazendo agora.

Pois é, nessa quarta-feira eu assoprei mais uma vela.

Foi um dia bacana. Assim que acordei já recebi parabéns e presentes de familiares.

No trabalho também foi legal. Várias pessoas que ás vezes mal tenho contato me cumprimentaram, e após o expediente eu fui comemorar com uma galera numa lanchonete na Vila Nova Conceição. Foi lá que, tive a “honra” de receber presentes como um CD com músicas até do Beto Barbosa (nem queira imaginar, na hora, como fiquei ao ouvir aquele "Adocica meu amor, adocica..."), uma revista dos Backstreet Boy(ola)s , um Baby Doll preto e muitas balas 7 Bello. E finalmente, ganhei uma garrafa de vinho e uma camiseta da Janis Joplin.

É claro, tirando os três últimos presentes citados que eu adorei, o resto foi mero detalhe, um detalhe que eu saberei retribuir muito bem às pessoas que me presentearam, até porque o aniversário de uma delas também está chegando... aguarde os próximos capítulos...

Mas, voltando ao assunto, nesse aniversário em especial, senti algo que tenho que transcrever para cá. Era um sensação boa, de paz interior, de calma.

Na verdade, estava mesmo era me sentindo um vitorioso. Vitorioso do conflito interno de que todos nós, em menor ou maior intensidade, já fomos vítimas um dia.

Na infância, eu era um garoto muito tímido e cheio de complexos. Não gostava de festa, saia pouco de casa, tinha poucos amigos. Na adolescência, esses elementos se confrontaram com aquele desejo de amadurecer depressa, de quebrar regras, de quebrar as minhas próprias regras. E foi esse conflito que perdurou na minha cabeça por um bom tempo, me levando inclusive a descarregar no papel. Foi assim que peguei gosto pela arte de escrever.

É claro que eu tinha os meus momentos de fama entre a molecada da escola, meus momentos de palhaço e tudo, mas por quanto tempo eu me recusei a me aceitar do que jeito que era, e quantas vezes eu quis ter amigos de verdade, pessoas perfeitas como naqueles filmes americanos infanto-juvenil anos 80 que a gente via (se ainda não passa na Sessão da Tarde), e sempre se queixando de que eu nunca poderia confiar em ninguém, nem nas pessoas a minha volta, nem na minha família e nem em mim mesmo.

As coisas começaram a mudar quando eu percebi o quanto era melhor que muita gente por ai, que rouba, mata, trai, entre outras perversidades.

Entendi que todo mundo, pelo menos um dia, já teve os seus momentos de Cristo, independente da idade e que era uma coisa normal.

Percebi que família é a coisa mais importante na nossa vida, e que não é para sempre.

Aprendi que existem pessoas e pessoas, e que ninguém é perfeito o suficiente para exigir que eu o seja e vice-versa.

Entendi que todos nós devemos ter o direito de errar, o dever de aprender, e a qualidade de se perdoar.

Concluí que herói é aquele que consegue sair ileso de uma guerra consigo mesmo, sabendo perdoar seus erros e aprendendo com eles.

Percebi também, que às vezes, o melhor é esquecermos de lamentar os nossos erros, guardar os nossos problemas no porão junto com outras coisas inuteis, sentar na grama, fehcar os olhos, e ficar contemplando o sol que bate no rosto, nada mais.

Percebi também que idade não é nada, há pessoas com mais de 50 anos, com alto grau de estudo, que ainda tem muito o que amadurecer.
Percebi que não temos a obrigação de agradar a todo mundo, e que respeito e confiança não se espera, se conquista.

Percebi que fazer o melhor para os outros (que realmente precisam) é fazer o melhor para si mesmo.

Percebi também o quanto a mágoa e o rancor pode destruir, principalmente quando é de nós para nós mesmos, e é por isso que temos que pelo menos tentar perdoar e se perdoar, porque no fim é a sua própria saúde que acaba sendo prejudicada, podendo até te privar de viver momentos que nunca mais voltarão.

E percebi principalmente, que a vida não é uma lição a ser concluída, e sim, uma aula cotidiana.

Hoje, com 22 anos completados (andei mentindo por aí que faria 18, mas isso não vem ao caso...), encerro esta texto com um pensamento que escrevi quando completei 15 anos, e que encontrei perdido entre páginas amareladas da minha agenda da 8º série:

“É engraçado, quando a gente faz aniversário, uma certa idade, sempre imaginamos que tudo vai mudar de uma hora para outra. Só depende de nós, e da nossa maturidade, para dizer se realmente irá mudar alguma coisa.”

O tempo, senhor da razão...

sábado, 1 de setembro de 2007

Delírio nº 3


Hora de escrever
Criar
Expor para o mundo o que há dentro do seu mundo
Mostrar os castelos, as paisagens e os lixões que você construiu
Sente-se no divã das oportunidades

Silêncio
Caneta na mão
Mão no teclado
Olhos na tela
Olhos no papel
Olhos no coração

E, principalmente, olhos na cabeça...

O que criar?
O que escrever?
Sobre o que escrever?

Fdshfghdfghghfd[pense]dfffdhfhvfdhvbhfd[pense]cdjndjvnjdvbjdsv[tente pensar] fjhdjfgj
Vjfhjfdhf[tente ouvir]jfbbhfhfdnjbcsdpe[tente falar]njcdsbhfdbhvdh[tente sentir]kjdfjdjv
Fvndfhvfd[grite]dfjvbfdbvhdfbh[se deixe pensar]dnfdhsfdhsfjd[se deixe respirar]vfjvjfbv
Fdjfgfd[deixa]nfjvbfdbvhfdbfvd[deixa]jbdsvbfhdbvhfhvfdc[deixa]njfdnvjfbdjv[deixa]jndf
Fhfhfdhgf[por favor]jbhdsbhdbf[não consigo me concentrar]hjhijjkkjk[não vem nada]fhj
Fdhgfhdh[não aparece nada]jkjfgfgfgfgfgfgfgfghdfghd[não sai nada]kjfjkjdfds[eu quero pensar]njdnjdnjvnfdsfdfdf[eu preciso pensar]jdjfdnvjf[eu quero escrever]fjkdfdjfgkmfkd cjvn[por favor]jgdjkghdsbehsfgh[pare]jvjflnfdffgfdfhdghjhhkjk[pahre]nchdbhfdsh[hparekj]jfhdbfhdb[fhgpagfrehghf]hnbdhbhddjbjnfjhfjdhffjdhfjdhfd[hjgjpjhahjrehhj]
gjfdjgkfdjgkfjkgjfkgjfgfhskdfstgreajfcghrebfjesdhfyrejthfeuidtbuwerayfgyuearvfdgkfjkgj

O que fazer nessas horas?
O ônibus de viagem não veio hoje?

Paciência. As reticiências descontroladas das lâmpadas apagadas não o querem deixar em paz.
Não dá mais tempo. Hora de ir dormir.
Boa noite.

DROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOGA!!!!!!!!!!!!!!!!!

ZzZzZzZz...ZzZzZzZzZ...zZzZzZzZzZzZ...zZzZzZzZzZzZz...ZzZzZzZzZzZ

.................................................................................
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...
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sábado, 25 de agosto de 2007

Entre Asfalto e Paredes


O rapaz está sentado no asfalto, cabeça baixa, ego baixo.

Olha em seu relógio. Cada hora dividida em compromissos. Cada minuto dividido em etapas de compromissos. Cada segundo dividido em partículas de poluição amparadas nos pulmões dos desejos de nossos superiores em cumprir metas.

As metas da sua vida.

As metas do seu ano.

As metas do seu mês.

Da sua hora.

Dos seus minutos.

Dos seus segundos.

Seu paletó quente aperta o seu pescoço, quase o sufocando.

Há paredes por toda a sua volta.

As paredes são terríveis.

Surto.

Ele fica de pé. Quer sair dali.

Bateu a cabeça numa parede.

A perna raspou na outra.

O cotovelo bateu em outra.

E as suas costas se prensaram na de trás.

Tombo.

As paredes não o deixam passar.

Ele precisa sair.

Ver o mundo.

Ver a vida.

Ver-se.

Calor. Suor. Dó. O paletó está de novo o sufocando. Ele precisa sair dali antes que morra sufocado.

Parte para a agressividade.

Soca as paredes. As chuta. As pisoteia. As insulta. As empurra.

Nada. Cansara. Resolveu ignorá-las. Era hora de voltar para seus compromissos. Voltara para o chão. Começara a trabalhar. Não sei dizer o que é porque não limpei os meus óculos e estou sem lenço. A poluição está terrível e ás vezes mal consigo enxergar as coisas como elas realmente são.

E de repente, para a sua surpresa, as paredes se abrem.

E ele, esperto, sai.

Dia lindo.

Pessoas lindas.

Paisagens lindas.

Vida linda.

Liberdade.

Mas afinal, o que é que ele vai fazer mesmo?

...TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC TIC TAC...

Tédio. Ficar sem fazer nada era muito chato.

Começou a sentir falta do asfalto e das paredes.

Resolveu voltar para lá.

Compromissos. Hora, minutos e segundos. Que merda, cansaço e sufocamento de novo!

Mas sei lá... era melhor do que não fazer nada.

E assim, permaneceu entre as paredes, fechado com seus compromissos e apoiado no asfalto.

Na verdade, seus braços se acostumaram a se escorar nas paredes, e seu corpo, infelizmente, acostumara-se a repousar a sua carne e seus ossos passados naquele asfalto imundo.

Paciência, que venha a chuva e a tempestade...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Error: Not Server


Já parou para pensar no preço que pagamos por viver numa era de alta tecnologia?

Quantas vezes você já teve problemas em seu pc?

Quantas vezes você já se descabelou para acessar a internet (discada banga larga também) e simplesmente, ela trava, não carregando nada na hora em que você mais precisa?

Quantas vezes você já ligou em uma central de atendimento e por motivos quaisquer, não teve a sua solicitação atendida por estarem sem sistema?

Quantas vezes o seu celular esteve sem serviço, fora de área, ou quando você manda uma mensagem ela não chega ao seu destinatário?

Quantas vezes o seu orkut travou?

Quantas vezes você já mandou mensagens no msn, e depois de uma década ele informa que a mensagem não pôde ser entregue a todos os destinatários?

Quantas vezes o fone do seu MP3 já deu defeito?

Quantas vezes você foi pagar uma conta no dia do vencimento, e na hora, a caixa informa que está sem sistema?

Quantas vezes você já se matou de digitar aquelas letras tortas de segurança exatamente do jeito que está lá, e mesmo assim, e a porcaria diz que ela está errada?

Quantas vezes você quis usar o cartão de credito, com um carrinho cheio de compras, e o POS da loja estava sem sistema?

Preciso perguntar dos aeroportos? Do sistema aéreo?

Pois é, do que adianta ter tanta tecnologia se no fim, tudo acaba sem sistema?

Desse jeito, a gente é que vai acabar pifando...


PS: Essa postagem era para ter sido publicada mais cedo, porém, devido a um problema de acesso no blogspot, só consegui postar agora... é mole?

domingo, 19 de agosto de 2007

Delírio nº2


Ser bom
Ser mau
Sou bom
Sou mau
Sou ser bom
Sou ser mau

Bommausouser
Sersoumaubom
Sersoubommau

Sou Ser bom mau

Sou sEr bom mau

Sou seR bo...

Ser

Ser

Ser?

Ser? Ajude

Ser?? Maltrate Derrube

Ser??? Abrace Escute Lute

Ser???? Ame Respeite Se curve Ampare

Ser????? Separe Bate Inveje Dispare Acabe Repare

Ser?????? Brigue Ajude Maltrate Abrace

Ser??????? Derrube Escute Destrate Respeite Bate

Ser???????? Lute Trapace Se curve Inveje Ajude Dispare Ampare Escute

Malcriado
Mal visto
Malvado
Mal-amado

Bem quisto
Bem vindo
Bem aventurado
Bem visto

Senhoras e senhores, no tatame da mente humana eis os dois adversários: de um lado, o Bom, e do outro, o Mau.

Soa-se o gongo.

Os dois se pegam. Bom, obediente às regras, tentou acertar o seu inimigo, mas não conseguiu. Sem dó nem piedade, Mau tirou um pó de seu uniforme e tacou-o nos olhos de Bom, deixando-o cego para o resto do mundo. Bom fora burro, não se preveniu, agora teria que arcar com as conseqüências. Foi duramente nocauteado em quase todos os rounds.

No último round, Bom pensou em cegar os olhos de seu adversário esperando a sua visão voltar. Ela até então, não voltou. Furioso, o Bom surtou, e cego, pegou uma faca e partir para cima de Mau, quase cortando-lhe a cabeça. Foi preso na hora.

Mau era o campeão daquela luta.

Tempos depois, encarou mais adversários, porém sua trapaça do pó também foi descoberta, e ele também fora preso. A verdade é que o pó era o seu disfarce por ser um mau lutador.

Fim da luta entre Bom e Mau. Ninguém vencera. Sem troféus, nem nada.

Conclusão, eram, de certa forma, de níveis iguais. Tinham muito o que aprender.

Bom percebeu que a esperteza e a cautela de Mau era importante.

Mau percebeu que a honestidade e a perseverança de Bom era importante.

Valores.

No fim, a questão meio resolvida.

Não seja um bem mau

Não seja um mal bom

Faça a conta, e tire o resultado.

Verá que a soma dos dois dará um resultado final.

Em cada desejo, em cada ato, e em cada insanidade, trará mais aprendizados.

Mas lembre-se, a cabeça é sua, e as conseqüências também.

[bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom] [mau] [bom][mau]...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Pena de Quem?

clique na imagem para amplia-la

Faz um certo tempo que eu pensava em falar desse assunto.

Não posso falar muito em outras cidades, mas aqui em São Paulo de um tempo para cá, tem aumentado e muito o número de pedintes.

Eles tocam na sua casa.

Te pedem no ponto de ônibus.

Te pedem dentro do ônibus.

Te pedem no meio do caminho.

E até nos Mc Donalds da vida.

Até entendo que a nossa cruel realidade social acaba por excluir pessoas e estas, só tem como opção de sobrevivência pedir esmola.

Mas, na verdade, o que realmente anda me incomodando, é que esse aumento de pedintes na verdade, não é composto na sua maioria de gente que realmente precisa.

São pessoas que são bem vestidas, até falam bem, são muito educadas, mas pedem esmolas.

Será que esse povo não se envergonha de viver da pena dos outros?

Dois casos, entre vários, me deixaram indignado.

Certa vez em Santo Amaro estava com uma amiga num ponto de ônibus quando veio um sujeito pedindo com licença e pedindo educadamente desculpas por interromper o nosso precioso tempo... para quê? Para pedir uma moeda. Pô, o cara estava tão bem vestido e falava até melhor do que eu!

O outro caso, eu juro, com toda a boa educação que tenho, só não lhe meti a mão na cara porque estava atrasado para ir trabalhar e também por não bater em mulher. Uma garota, quase da minha idade, me parou na saída de um supermercado pedindo que eu lhe comprasse sabe o quê? Uma calça! Isso mesmo, não era comida, moeda e nem nada, era uma calça! Respondi sem olhar um sonoro não tenho. Engraçado que lá perto, dia depois, eu encontrei essa mesma menina fuçando na internet em pleno Mc Donalds, e bem vestida.

Já ouvi histórias de gente juntando muita grana dessas moedinhas que arranjam por ai, e nós, os trouxas que trabalham, comemos o pão que o diabo amassou para ganhar, no líquido, às vezes menos que um salário mínimo, e esse povo que pode muito bem se virar como a gente, prefere viver da pena dos outros e se humilhar por moedas e dentre sonoros "nãos" ou total indiferença, e pior, esse povo consegue juntar um absurdo.

Uma vez, um rapaz vendedor de doces em ônibus, viu um homem literalmente chorando por trocados. Depois que o cara desceu, ele comentou algo que eu até hoje concordo em gênero, número e grau: quer ganhar dinheiro, ofereça algo em troca, não a sua “miséria”.

Sim, eu defendo esse pessoal que vende doces, e ainda sim, excluindo os chorões e os adeptos do velho, batido e irritante discurso cheio de gerundismos “Eu poderia estar matando, eu poderia estar roubando... etc.” Eles pelo menos vendem algo em troca, ganham dinheiro com seu suor, alguns até bem vestidos e com tênis da Nike, como um sujeito que eu vi outro dia.

Agora o que me irrita, é esse pessoal que não precisa, pedindo na maior cara de pau. E ainda tem gente que os ajuda.

Quando a pessoa realmente precisa, de certa forma, se percebe, mas na minha opinião, são pouquíssimas.

Fora aqueles que, além da cara de pau, quando você não ajuda, ainda ficam te rogando praga dizendo que amanha pode ser você, etc... Isso, definitivamente, é o fim.

Essa questão é muito complexa, porque eu sei que há os dois lados da moeda, porém, eu precisava deixar isso escrito, porque acho triste ver um velhíssimo mendigo ou uma criança naquele frio de lascar pedindo esmola na rua, mas pra esse povo bem apessoado que pede, sinceramente, estão precisando mesmo que lhe dêem vergonha na cara e coragem para serem gente por merecer.

Tá dado o recado. Essa é a minha opinião.

domingo, 12 de agosto de 2007

O Medo do Medo



Estou com medo de escrever sobre esse tema.

Medo de ser clichê.

Medo do resultado.

Medo de ele acabar não sendo sobre medo.

O medo, acima de tudo, parece um fantasma.

Quantas vezes nós temos medo de arriscar em algo novo?

Um trabalho novo.

Um projeto novo.

Uma roupa nova.

Um novo amor.

Um novo filho.

Ou então, diante das provas cotidianas da vida, algo como uma mudança no trabalho, de casa, de convívios sociais, de hábitos, e normas, e por aí vai.

Há medos mais letais, que como uma serpente venenosa, percorre cada veia de nosso corpo, provocando reações inesperadas, e às vezes, até fatais.

Medo de morrer.

Medo de perder alguém querido.

Medo de perder o emprego.

Medo de perder uma perna

Medo de doenças.

Há os medos coletivos, que deixam de ser apenas peculiares, juntando-se a uma comunidade só.

A violência.

As guerras.

As epidemias.

Aquecimento global.

Terremotos.

E por fim, há medos de nossa própria personalidade, como o medo de errar, o medo de falar, o medo de ouvir, o medo de dar errado, o medo pelos outro.

Mas definitivamente, há medos que são verdadeiras barragens na vida de uma pessoa.

Medo de curtir a vida.

Medo do fracasso.

Medo de tentar.

Medo de ser feliz ao lado de quem ama.

Medo da vitória.

O medo simplesmente dá medo, mas por outro lado, é a nossa maneira de se prevenir contra as ciladas do ser humano, da nossa vida e do destino.

O medo, simplesmente, pode te amparar em seu colo quente à principio, mas no fim, além de você não sair do lugar, de uma hora para outra, ele pode te jogar no chão, fazendo seu corpo cair na estrada da vida e ser perfurado pelas pedras pontudas do remorso.

Portanto, no teatro da vida, nunca deixe o seu medo ser o personagem principal. Restrinja-o, no máximo, como um figurante: dá mais realismo ao cenário, mas não interfere na sua história.