domingo, 11 de novembro de 2007

Delírio nº 6 – A Humanidade


Caminhando tranqüilamente nervoso
Nervosamente caminhando tranqüilo
Viemos de uma terra sem lei
Caminhamos para uma terra sem lei
Somos uma terra sem lei?

Viemos de pedra lascada
Passamos por incontáveis guerras
Passamos por ampliações de terreno
Terremos que ultrapassavam mares

Por
Mares
Nunca
Dante
Navegados

Mecanizamos o nosso mundo
Nossas pessoas
Nossos produtos
Nossos pensamentos
Nosso tempo
Nossa rotina

Perdemos o sono,
Perdemos a calma
Perdemos a alma
Perdemos o tempo
Perdemos dinheiro
Perdemos contas
Perdemos árvores
Perdemos cartões
Perdemos família
Perdemos a vida


..........[som] ..........[som] ..........[som] ..........[som] ..........

.......[calma] ........[calma] ........[calma] ........[calma] .....

.......[silêncio] .....[silêncio] .....[silêncio] .....[silêncio] ......


CORRA [olha a hora!] COOORRA [olha a hora!] COOORRA [olha a hora!] COOOOORRA [olha a hora!] COOOOORRA!!!!!!!!!! [olha a hora!] COOOOOOOORRA!

E agora caminhando por essa estrada de povo insano, pedras de lascar, balas de lascar, saudades de lascar, stress de lascar, eu me pergunto, onde este mundo está indo, se está indo parar no fundo do seu fundo, ou na frente do seu fundo.

Mas esse fundo está mais profundo de que o mundo possa imaginar.

Nós estamos cavando
Estamos cavando
Estamos cavando
... cada vez mais cavando...

Esta terra me deixa apreensivo
tenha medo dela ser radioativa
tenho medo desses micróbios corroerem o meu coração
que bate com a pureza do sangue e dos lanches de fast food
a minha mente que funciona a dose de vitaminas industrializadas
o meu corpo a base de plásticas
as minhas roupas feitas para milhões de pessoas

......todas iguais......todas iguais..... todas iguais.......

a terra está encharcando o nosso corpo
preciso de água para tomar banho
lavar a minha pele e lavar o meu tênis

lavar.....lavar.....lavar.....lavar.....lavar

Mas a cada cavada que passa
a água vai ficando mais escassa
pois o sol está secando e a sede de todos aumentando

Enquanto não for paga, beba a que resta
porque no dia em que ela acabar
tu só poderás viver de reza
isso se seus lábios não secarem
e não puderem soltar mais sons desesperados
porque o grito dos poderosos ecoa
pela força da quantidade de seus empregados
enquanto pessoas com gritos menores tentam aumentar os seus dotes

vamos aguardar um momento
mas que esse momento seja pequeno
caso contrário
a nossa ligação será encerrada

tu+++tu+++tu+++tu+++tu+++tu+++tu

Foto:http://www.cidadaodomundo.org/wpcontent/photos/A_juventude_pode_mover_o_mundo.jpg

19 comentários:

Julio disse...

definitivamente perfeito!

Tati disse...

Kraka....

Que maravilhoso oq vc escreveu....

Caminhando tranqüilamente nervoso
Nervosamente caminhando tranqüilo
Viemos de uma terra sem lei
Caminhamos para uma terra sem lei
Somos uma terra sem lei?


Sem dúvida, excelente!!!
Parabéns

Anônimo disse...

muito bom!
gostei dos efeitos de entonação no tamanho das letras.
parabéns!
www.baiadozeh.blogspot.com

Anderson disse...

Cara, foi tudo perfeito, principalmente a idéia de colocar a ultima palavra como se estivesse desaparecendo. Pena que não é você que faz os textos, mas, o tema é ótimo. Continue...

Diego Moretto disse...

Adorei o que li.......mas o que o cara de cima disse é verdade? não é vc quem faz os textos??

vlw por comentar no meu blog cara...abraço e volte sempre!

Danilo Moreira disse...

Relaxa brtoher, sou eu quem escrevo sim, acho q ele pensou que eu nao era eu por causa do link q eu coloquei abaixo sobre a "foto", e ele deve ter entendido "fonte".

No dia em que eu montar um blog só com textos do outros, me interne pq eu nao estarei bem...rsrsrsrs

Vlw!!!

Anônimo disse...

Odeio este mundinho de fast-food. Onde está a comida de verdade? As pessoas estão correndo demais e se esqueceram das coisas importantes.

Também gostei do seu blog.

Beijo!

César Schuler disse...

adoro textos assim :D

perfeito cara!

Johnny M. disse...

Poesia concreta. Que massa. Adoro poesia concreta e há muito tempo não via. Parabéns. Eu gostei de verdade. Mas quanto a humanidade... nós somos o pior e o melhor de nós mesmos. Eu poderia dizer que sou descrente, pessimista, pois seria cool, mas não sou... nosso futuro é ir até onde nenhum homem jamais esteve.
Valeu.

Nanda Belém disse...

Caramba... além de ser lindo o que você escreveu... a maneira q usou de escrever foi ótima tb!!!! as fontes, cores... a arrumação! tudo perfeito!
parabéns!

Anônimo disse...

Sentimos uma influência do futurismo aí...e um pouco de leituras de Pessoa, Almada ou Mário SC, to certo?. Muito bom o texto!!!
Parabéns.
http://dapleura.blogspot.com
Gp

Genesis! disse...

continue assim! curti bastante teu layout!

André Burgos,
http://www.humw.blogspot.com

Anônimo disse...

Maravilhoso, realmente um DELÍRIO

An@Lu disse...

adorei o poema, cheio de ritmo. Meio alucinante, muito bom! Parabéns!!!

Zanfa disse...

Belissimo poema.

A sociedade caminha pra uma rota sem volta e cava a propria cova. ;D

ex-amnésico disse...

Não tem muito mais o que dizer, esses seus Delírios chegam a ser estonteantes de tão bons, você consegue passar perfeitamente o furacão dessa vida doida que se atira na cara da gente sem nos dar tempo de respirar!

Fantástico, meu caro delirante, rsrsrs!

Grande abraço!

Guilherme Gomes Ferreira disse...

puxa puxa puxa que coisa intelectual e profunda hauhauhauhua

pra ser beeem sincero, não entendi nada :P mas gostei

abraço!

david santos disse...

Por favor!
Ajuda a que se fa�a Justi�a a Fl�via. Se �s um ser com sentimentos, ajuda!
Eu jamais invadirei teu blogue, garanto! Mas ajuda.
Repara bem: eu, tu, seja quem for, tem nosso pai, nossa m�e, nosso irm�o ou irm� ao longo de 10 anos em coma, que vida ser� a nossa?
Se n�o tivermos a solidariedade de algu�m com sentimentos, que ser� de n�s?

TEMPO SEM VENTO

Ah, maldito! Tempo,
Que me vais matando,
Com o tempo.
A mim, que n�o me vendi.
Se fosses como o vento,
Que vai passando,
Mas vendo,
Mostrava-te o que j� vi.

Mas tu n�o queres ver,
Eu sei!
Contudo, vais ferindo
E remoendo,
Como quem sabe morder,
Mas ainda n�o acabei
Nem de ti estou fugindo,
Atr�s dos que v�o correndo.

Se � isso que tu queres,
Ir matando,
Escondendo e abafando,
N�o fazendo como o vento:
Poder fazer e n�o veres
Aqueles que vais levando,
Mas a mim? Nem com o tempo!

Gi Olmedo disse...

O tempo vai embora, e gente n pára p/ pensar q a vida também vai se vai na mesma velocidade. Nao percebemos o quanto tempo perdemos e o quanto desperdiçamos do que nos é dado pela natureza... E quem pode resolver isso, simplesmente não tira a bunda da cadeira.

Um puta texto, Dan, e desculpe a demora em comentar... esse lance de fim de ano na facul me acaba. Mas logo terei novidades no Flor de Lótus...
Beijos, mais um post incrível seu.