O relógio já marcava duas e meia da madrugada. Igor estava deitado na cama, descoberto. O sono não vinha de jeito nenhum. Tremia as pernas, fechava os olhos, mexia as mãos, virava para um lado, virava para outro, tirava a camisa, colocava de novo, tirava a bermuda, colocava de novo... e o sono não vinha.
Ficou de pé, resolveu pegar um livro – o mais chato que tivesse - , foi até a uma estante, fuçou, fuçou, até encontrar o que considerava o pior deles. Voltou para a cama e começou a lê-lo. O livro era realmente insuportável, maçante mesmo. Daí ele foi lendo, lendo, lendo... e o sono não vinha.
Ficou novamente de pé, jogou o livro pela janela, foi até a cozinha, pegou um copo d’água e tacou quatro colheres (de sopa) de açúcar. Engoliu o copo e voltou para a cama. Dessa vez ficou de barriga para cima, olhando para o teto. E ficou olhando, olhando, olhando... e o sono não vinha.
Já irritado, ficou de pé novamente, foi até a sala, pegou uma fita de vídeo antiga e botou-a para assistir. Era um filme bem monótono, daqueles em que você já boceja nos dez primeiros minutos. Sentou no sofá e ficou quieto. Resolveu deitar. Ele já conhecia o filme, porém até os vinte minutos primeiros minutos. No resto ele havia dormido feito uma pedra.
E ficou lá assistindo, assistindo, assistindo, assistindo... e o sono não vinha. Caramba, o que será que estava acontecendo para tanta falta de sono? Por que não conseguia dormir? Ele havia feito tudo o que um adolescente normal de dezoito anos costumava fazer: foi à escola, depois foi jogar bola com os amigos, depois veio para casa estudar para o vestibular, e só. Isso tudo já era o suficiente para boas noites de sono, mas não adiantava: o sono não vinha.
Foi então que, cansado de correr atrás do sono, Igor ficou de pé, desligou a TV e o vídeo, foi se arrumar e resolveu sair para a balada. Foi para a rua que já estava bem deserta, chegou num ponto de ônibus naquela hora, mas o bom era que estava vazio.
De repente, uma linda garota subiu lá dentro. Ela passou a catraca e ao ver Igor sorriu. Ele retribuiu com o mesmo gesto. Ela sentou ao lado dele, ajeitou os lindos cabelos ruivos e se apresentou. Chamava-se Ana. Eles conversaram bastante, e um forte clima foi se armando entre eles. Meia hora depois, ambos já saiam do ônibus aos beijos. Iriam para a casa dela. Não tinha ninguém. Igor estava mais do que animado. Agora é que o sono não ia vir mesmo. Entraram e já foram direto para o quarto dela. Se despiram, Ana começou a beijá-lo freneticamente. Igor já começou a delirar. Dane-se o sono. Agora é que ele iria ficar acordado mesmo.
Porém, o que era para ser a hora H começou a se desfragmentar progressivamente. Ana começou a sumir, o quarto dela começou a sumir, Igor começou a sumir diante dos próprios olhos. No lugar apareceu o seu quarto, com suas coisas, com sua cama, e com o seu corpo vestido e deitado nela. Tudo não havia passado de um sonho. Tudo desde o começo. Até Ana e os seus beijos frenéticos... ahh...
E então, Igor recolocando seus neurônios no lugar, olhou em volta do quarto e soltou, desapontado:
E então, Igor recolocando seus neurônios no lugar, olhou em volta do quarto e soltou, desapontado:
- Droga. Tava bom demais pra ser verdade...
Pensara em até em levantar e tomar um copo de leite, mas depois dessa, era melhor voltar a dormir. Quem sabe, Ana voltaria a rechear os seus sonhos, e continuar de onde pararam...Pois é, e no fim das contas, o sono veio.
12 comentários:
Tem dias que sou o próprio Igor procurando o sono!!!!
Mas eu não quero a Ana não... Prefiro o Paulo, o Roberta, o Fábio... pra entrar no ônibus!
Beijão.
hahaha
gostei do conto...rs...bem criativo...mas eu ate q ja tava me animando com a história e não passava de um sonho...
mas valeu por me envolver nesse mundinho viu?
beijo
Estou solidário com o povo brasileiro neste momento tão TRÁGICO. A vida só nos permite dois termos: a felicidade ou a infelicidade. Desta vez, quem mandou foi a segunda. Que a vida continue feliz para os que ficam.
David Santos
que legal, gostei do conto. e é verdade, tem dias que o sono não vem mesmo..
bjo!
Muuuito bonito o texto, se eu estivesse no lugar dele pegaria um livro chato, um copo de água com açucar, um filme e quem sabe seguisse o caminho para a balada procurando a Ana real.
Obrigado pelo comentário no meu blog. :D
Ah, e na segunda linha do sétimo parágrafo está escrito "essa" com Ç. ;D
Linkei seu blog no meu, voltarei sempre.
Hehehe!!! O "Eça" na verdade é "Ela". Foi erro de digitação. Vlw pelo toque.
huauhauhauha... mto bom, mto bom mesmo!
gostei bem criaitvo, ta de parabens ein!
mais eu nem sabia que agua com açucar dava sono :~
EAUUAEHUEAUAEHU
:p
abração!
Eii!
otimo o seu conto!
adorei.
beijos
asuuashhauahsuahsuhsaushausahshasa
dexa eu faze 18 anos ....vou me escrever tbm
mais pra mulher eh a coisa mais facil d subir na vida = diz sua amiga.....principalmente se a mulher for "boa" aí eh playboy na certa
ashuhuhuhuuhashuAShuhuashuasahus
Eu tbm já tive um sonho em que achei que tava acordada. Mas sem essa de Ana, é óbvio! Pq ai ia ser era um pesadelo daqueles!
Gostei de seu conto!
Isso sempre acontece! Parabéns camarada o texto tá bem legal!
"Ana, seus lábios são labririntos..." hehe!
Nada como uma pausa p/ nos recordarmos do cotidiano simples, momentos q td mundo já viveu. Acordar de um sonho bom é como ficar sem chão, é procurar um alicerce q se esvaiu em pensamentos...
Mas tinha q ser tão real? Fiquei com dó do Igor... bem na melhor hora tinha q acabar?? rsrsrs...
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