
Houve, num certo dia, num programa que agora não me recordo ao certo, uma matéria com nada mais nada menos que Silvio Santos em sua luxuosa mansão em Miami, naquela época em que estourou o boato (que ele fez questão de inventar) que estava com pouco tempo de vida.
O repórter perguntou se ele costumava vir a Miami e qual a diferença de São Paulo e lá.
Silvio respondeu:
Silvio respondeu:
- (...) São Paulo hoje está muito apertada, com gente em tudo que é canto, carros em tudo que é canto (...)
Se naquela época, cerca de sete anos atrás, ele já via São Paulo assim, que dirá hoje, se for perguntado novamente.
São Paulo é uma megalópole que já ultrapassou a marca dos dez milhões de habitantes, e aliado À isso conta com uma frota de quase seis milhões de veículos. Cerca de três milhões de pessoas utilizam o ônibus como transporte. São também já tem a segunda maior frota de helicópteros do planeta, e possui o aeroporto mais movimentado do país, Congonhas.
Diante desses números enoormes e entre outros que não vale a pena citar, não é de se espantar o recorde de congestionamentos que mês a mês se superam, não importa o horário. Fora a lotação dos trens, ônibus e metro, que explicitamente já não comporta mais o número de passageiros do dia-a-dia.
São Paulo também é a capital das filas. Fila para pagar as contas, fila para passar no caixa do supermercado, fila para carregar o bilhete de ônibus, fila para entrar no cinema, fila para andar na Rua 25 de Março, fila para subir no ônibus, no metrô, nos trens; fila para almoçar, fila para entrar num estacionamento, fila para sair dele, fila para passar no médico, para marcar consulta, e até para atravessar um cruzamento.
E agora, analisando tudo isso, me pergunto, se São Paulo tem cerca de 100 Km2, e grande ao ponto de um bairro do extremo sul ser 60 Km distante do Centro, porque ainda sem ela está tão apertado?
Isso é fruto de um processo de crescimento e ocupação desordenado que durante décadas atropelou as reservas naturais e que através de uma falta de planejamento urbano resultou em avenidas principais apertadas, um amontoado de ruas e casas mal distribuídas e todo um contingente populacional que inchou a cidade, e a administração municipal não acompanhou este ritmo de crescimento proporcionando estrutura e qualidade de vida para essa população.
Eis o resultado: transito caótico, previsão de que este trânsito caótico entre em colapso no prazo de cinco anos, filas para todos os cantos, desemprego, falta de opções de lazer nas periferias (obrigando os moradores a se deslocarem para outros cantos e assim gerando mais trânsito), hospitais e postos de saúde lotados, e tudo mais que uma metrópole possui. Vale ressaltar que é um problema que ocorre em quase todas as grandes cidades pelo mundo, especialmente as de paises em desenvolvimento como o Brasil.
E agora leitor, com os olhos abertos e fixados para o futuro, eu pergunto, aonde isso vai parar?
FOTO:
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