sábado, 23 de fevereiro de 2008

Selos e Fernando Pessoa


Hoje recebi três surpresas do blog Nanda Kiedis Declama, tres selos bacanas, para blogs que fazem voce pirar, não saem da sua cabeça e parecem a cada postagem dar um beijo na sua alma e no coração.

Obrigado, mais uma vez, pela indicação.

E agora, orgulhosamente, os meus indicados para os tres selos.


Sede de Devaneios
O AveSSo da Vida
Jornalista Teen
Palavras Quase Ocultas de Um Ser Real
O Estranho Mundo de Mila

Parabéns aos indicados, pois é como eu disse, esses selos não valem dinheiro, mas valem reconhecimento, um tesouro que não tem preço.

Bem, hoje, resolvi postar também um poema de Fernando Pessoa, para aqueles que, como eu, passam as vezes por situações onde parece que a vida está querendo nos derrubar.


“De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando
A certeza de que precisamos continuar
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Portanto, devemos fazer:
Da interrupção um caminho novo
Da queda um passo de dança
Do medo, uma escada
Da procura, um encontro.“

Fernando Pessoa

Tenha um ótimo fim de semana.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Lia e As Mulheres de Hoje


Em seu quarto, deitada em sua cama, Lia assistia um documentário na televisão, que falava das conquistas da mulher nos últimos sessenta anos. Seu marido, Ronaldo, assistia a atração meio contrariado.

- Pô amor, será que dá pra você desligar essa televisão? Vamos fazer algo mais interessante...

- Depois amor. – respondeu ela sem tirar os olhos da tevê.

- Ainda bem que esse troço já tá acabando... que porre!

- Porre é aquele joguinho de futebol que você tava querendo assistir. Antes fosse o seu time que tivesse jogando...

- E daí que o meu time não tá jogando? Futebol é futebol, independente se...

E foi interrompido por um sonoro “Silencio! Eu quero assistir a TV!” dito pela mulher. O homem bufou. Resolveu ficar calado até acabar o documentário.

E finalmente, após alguns minutos, a atração acabou. Lia se levantou da cama, pegou o controle em cima da televisão e a desligou. Ronaldo respirou aliviado. Enquanto se trocava para dormir, Lia comentou:

- Você viu, amor, como as coisas mudaram para nós mulheres da década de 40 para cá?

- Hum... sei...

- As mulheres eram submissas aos homens. Não podiam falar nada, não podiam se vestir como quisessem, não podiam levantar a voz para os seus maridos...

- ... ahn... sei...

- ... eram obrigadas a fazerem amor mesmo quando não queriam...

- ... ahn...

- ... e o pior de tudo: não podiam trabalhar fora! Que absurdo!

- Tá bom, amor. Agora chega desse papo e vamos fazer um pouco de...

E foi interrompida pelo raciocínio dela:

- Ainda bem que isso tudo ficou para trás. Hoje as mulheres podem fazer o que quiserem, falar o que quiserem, se vestir como quiserem, e principalmente, trabalhar fora aonde e como quiserem. E tudo isso sem precisar de autorização de homem nenhum. Vocês não estão com nada. Não precisamos mais de vocês. Hoje nós mulheres somos auto-suficientes, correto amor?

- Tá, tá bom! Vocês são as donas do mundo! Agora chega desse assunto e vamos nos curtir um pouquinho. Vem cá, amor, vem.

Lia então, sorriu, resolvendo dar uma colher de chá:

- Tá bom.

E Ronaldo finalmente teve o seu desejo atendido. Carícias, beijos, amassos... tudo isso foi aumentando conforme se passavam os minutos. E o clima foi esquentando... esquentando... esquentando... até que de repente, Lia arregalou os olhos e se soltou do marido, se encolhendo na cabeceira da cama:

- AAAAAAAAAHHHHH! AAAAAAAAHHHHHHH! AAAAAAAAAHHHHHH!

Assustado, Ronaldo perguntou:

- O que foi amor? O que foi?

- Uma barata! Uma barata ali perto da porta! Mata ela meu amor, mata ela!

E rapidamente o marido saltou da cama, pegou o seu chinelo e disparou até a barata que estava atrás da porta. Lia se arrepiava inteira toda vez que o inseto corria. Ronaldo o perseguia por todos os cantos do quarto. Quando a barata parava, ele se concentrava... mirava o chinelo e... nada! A barata conseguia escapar. E lá ia ele revirar os móveis e os objetos.

- AAAhh! Olha ela aqui, amor, perto do criado mudo! Mata! Mata!

- Aonde amor? - perguntou Ronaldo, desnorteado.

- Ali, sua anta! AAAAAAAiiiiii, ela mexeu, ali, amor, perto do rodapé!!! Mata!!! Mataaaa!!!!

Ronaldo ficou quieto. Agora é que ele iria pegar o inseto. Se aproximou devagar do bichinho de antenas desinquietas, e sem pensar duas vezes jogou o chinelo com força. Foi certeiro. Lia respirou aliviada.

- Ufa! Como eu odeio essa porcaria. Aposto que veio do esgoto.

- Fazer o quê... acontece... Eu vou buscar uma pá.

E então, após Ronaldo jogar o inseto no lixo e limpar o chão e o chinelo, subiu novamente na cama, e acariciou o rosto da mulher.

- Pronto. Ninguém mais vai nos incomodar. Vamos continuar de onde paramos?

Lia sorriu, agora mais calma:

- Você é quem manda, meu herói...

E enfim voltaram à atividade amorosa, agora mais excitados do que nunca. Foi aí que, enquanto beijava o marido, Lia concluiu consigo mesma:

“É... pensando bem... as mulheres não mudaram tanto assim...”


FOTO:
http://finissimo.com.br/etiqueta/wp-content/uploads/2007/10/sapatos_x.jpg

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Liberdade


"Amo a liberdade, por isso deixo as coisas que amo livres...

Se elas voltarem é porque as conquistei..

Se não voltarem é porque nunca as possuí."

John Lennon


FOTO: http://gigadicas.com/wallpapers/ceu.jpg

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Adolescência

Anos Incríveis, série americana exibida na Tv Cultura de SP na década de 90, que retratava os dilemas e aprendizados da adolescência.

Era mais um daqueles dias em que, antes de ligar o computador, eu ficava me matutando: o que eu vou postar hoje?

Habitualmente, costumo já deixar textos prontos para as próximas postagens, às vezes em maior, outras vezes em menor quantidade. O problema é que, assim como nesse dia, os textos seguiam uma mesma temática, um mesmo estilo. Daí, surgiu a necessidade de se criar algo diferente dos demais textos. Nada veio na minha mente.

Foi então que resolvi fuçar nos meus textos antigos, e especialmente os meus poemas (diferente dos textos que escrevo hoje, são poemas mesmo, com versos, rimas e estrofes). Muitos deles que fucei eram do começo da minha adolescência até meados dos 17 anos.

Adolescência é uma fase bacana. É onde a gente cresce e vai conhecendo a vida a partir de sua própria óptica, e não só a fornecida pelos nossos pais e nem pelos mais velhos. Os sentimentos vivem se revezando, muitas vezes entrelaçando os dedos e formando um nó em nossa cabeça que chega a ser irritante. Também é aquela fase em que a curiosidade é o carro chefe, e nos fazendo muitas vezes quebrar a cara, e a conhecer o ditado “se não aprende no conselho, aprende com a vida.” Define-se valores, estilo, amigos e ritmo.

Descobre-se o amor, o sexo, o sexo sem amor, o amor sem resposta, o amor com respostas demais, as conseqüências das inconseqüências, e por aí vai. Questiona-se e discute-se muito a questão da maturidade. Ser maduro quando? Quando ser imaturo? O que falei ou fiz foi imaturo? Como eu sou imaturo, etc, etc...

Conflitos é que não faltam, sejam com os amigos, sejam com os inimigos, seja com a família, seja na mente. Conflito é a palavra que com seu fogo queima os neurônios do adolescente, às vezes provocando seqüelas para a fase adulta, ou apenas boas histórias para se contar.

Fora os sonhos. Me imaginava quando adulto um rapaz já bem sucedido no exterior e já atuando e escrevendo roteiros para filmes e novelas da Globo. De tudo isso, restara apenas o escrevendo, porque o restante não o fiz.

E viajando eu fuçava naqueles textos e poemas, sempre com vários temas desde uma briga boba que tive com minha mãe, passando por casos amorosos, sexo, muitas crises existenciais e até criticas políticas e revoltado com toda a humanidade.

Mas o engraçado é que, depois que a gente cresce, por mais turbulenta que tenha sido a nossa adolescência, o que acaba ficando é sempre um sentimento de saudade. Saudade dos tempos de escola, dos amigos que normalmente se afastam (ainda que parte deles esteja no seu orkut), das asneiras que a gente falava, das músicas de bandas que ás vezes já nem existem mais, saudade dos amores, e principalmente, de nós mesmos quando adolescente. E sempre fica aquele desejo “ah, se eu tivesse feito isso”, “ah, se eu não tivesse feito aquilo”... e é para o resto da vida.

Bem, no fim, achei um poema com um tema legal, mas que precisava ser editado. Quando estiver pronto eu o publicarei neste blog.

Mas legal mesmo, foi olhar para aquele adolescente, e sentir uma gostosa nostalgia, ainda que no meu caso, eu só tenha 22 anos. Os anos parecem próximos, mas as mudanças e os aprendizados os tornaram distantes.

Quando a gente cresce, a gente sabe das coisas boas que conquistou, mas sabe principalmente, das coisas boas que ficaram para trás.

FOTO:
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

É Um Blog Muito Bom, Sim Senhora!!!!!


Fui indicado pela pequena Gi do Sede de Devaneios a um selo chamado "É um blog muito bom, sim senhora".

Não tenho muito o que dizer, apenas agradecer de coração a grande Pequena Gi pela indicação e a todos que visitam este blog e apreciam as postagens que escrevo com tanto gosto.

E agora, meus indicados.

Diego Moretto

Blog excelente com muitos temas variados, diria até uma revista a la blogger, e com o brilhantismo e maturidade de um rapaz cujo talento aposto e assino embaixo.

Outras Andanças

São textos muito bem escritos, que com as suas mãos nos convidam a embarcar na estrada de suas linhas, nos convidando a viajar...muito.

Novelo Digital

Reflexão pura e agradável de se ler. Também é outra viagem.

Jornalista Teen

O título não nega: é mesmo uma jornalista, principalmente pelos textos bem escritos e com opinião forte, e com estilo.

Palavras... Apenas

Conheço este blog há pouco tempo, mas já o indiquei de cara pelos textos bacanas, bem cotidiano mesmo.

Bem, é isso, e mais uma vez, obrigado a todos que visitam este blog, e parabéns aos indicados.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

In Mode Disco Riscado

Ouvir música é uma coisa engraçada.

Já aconteceu com você, leitor, de ficar por um dia todo ou até por uma semana inteira com uma música na cabeça?

Ultimamente isso anda acontecendo muito comigo.

Semana retrasada eu havia baixado por indicação de uma amiga minha a música “Just Because” do Jane’s Addiction, e por várias vezes fiquei a ouvindo. Resultado: ora em casa, ou no trabalho, me pegava com uma bateria imaginária e tentando imitar a voz do ex-vocalista, Perry Farrell.

Na metade da semana passada eu, por curiosidade, baixei “É Proibido Proibir” do Caetano Veloso & Os Mutantes, que para quem não conhece foi uma das músicas-símbolo da Tropicália e de resistência contra a ditadura militar em 1968. Outra vez, me pegava ora em casa, ou no trabalho cantando só “é proibido proibir, é proibido proibir...”. Só que dessa vez eu cheguei ao ponto de até sonhar que havia ido com alguns amigos para uma confraternização na USP (palco de alguns movimentos estudantis na década de 60), não sei se por efeito do remédio que tomei para dormir, mas me senti realmente nos anos 60, ainda que os trajes e o carro que eu fui eram de nossa época.

Na quinta-feira passada, se não me engano, resolvi ficar no meu Limewire e baixar músicas que não ouvia há tempos. Resolvi baixar uma de uma cantor chamado John Mayer que é só violão chamado “Daughters”. Resultado: agora era um violão imaginário.

E por fim, neste domingo, acordei com “Anarchy In The U.K.” do Sex Pistols na cabeça. Pronto. liguei o rádio do meu cel na Kiss Fm (uma rádio aqui em SP que toca muito Classic Rock) e logo foi a primeira que começou a tocar, coincidência, ou como diz uma amiga minha, “transmimento de pensação”? Então fiquei o dia todo com a música na cabeça. Fui sacar e depositar dinheiro num banco, e eu com essa música o tempo todo nos lábios e transformando o caixa eletrônico em batera.

Engraçado que, pelo menos comigo, uma musica no mode “disco-riscado” influencia o meu comportamento. Me lembro quando era criança. E quebrando o pau coma minha mãe para não ir à escola, no radinho dela estava tocando “Nothing Compares 2U” da Sinead O’Connor, que é muito melancólica. Só sei que fiquei melancólico o dia todo.

Dessa vez, nesse domingo, fui até comportado. Na volta do banco, peguei um ônibus vazio, sentei naquele último banco do meio que ninguém consegue se segurar, estiquei as minhas pernas bem folgadão (e ainda estava com o meu jurássico All Star azul de quase quatro anos de idade e já desbotado e com alguns pequenos rasgos na frente) e comecei a tocar, discretamente, uma bateria imaginária, e cantando pra mim mesmo “I am the antichrist, I am an anarchist..." É claro que eu realmente tivesse me influenciado por essa música aquele ônibus já estaria ao pedaços, mas não precisava tanto.

Pior é quando a música que fica na sua cabeça é aquele que você detesta mas, por ter uma parte muito repetitiva e por ficar tocando em tudo quanto é canto, você acaba com ela na cabeça. Aquele funk do “pega lá pega lá pega lá” ficou por horas na minha cabeça porque num ônibus em que eu estava indo ao trabalho, um f.d.p. ligou o som do cel no último e ainda ficou cantando a viagem toda (e eu sem o meu MP3). Ou então, num dia que gravei um CD de pérolas pra uma amiga, e fiquei com “meu amor, nosso amor estava escrito nas estrelaaaaas...”. Daí a reação varia de pessoa pra pessoa. Já vi gente estapear a própria cabeça só pra esquecer de uma música indesejada.

Bem, no fundo no fundo é sempre bom ter a nossa vida recheada de trilha sonora, mesmo não estando ouvindo nada, mesmo que esteja só na mente. Mas é claro que, como não poderia faltar, aí vai uma pequena crítica a quem tem a mania de ficar ouvindo as coisas em alto falante e em lugares públicos: guarde o seu som pra você, ninguém tem a obrigação de ouvir aquilo que muitas vezes não gosta. As nossas cabeças agradecem.

Tirando isso, pire mesmo naquilo que você gosta, seja o ritmo que for, mas pelo menos a nossa vida cheia de rotina, stress, gente chata e aborrecimentos ficará mais fácil de tragar.

Acredite, esse mode disco-riscado faz bem.

E hoje, pela primeira vez neste blog, resolvi postar os clipes das músicas que citei neste texto, algumas que já não se ouve por aí há tempos, e outras que de vez em quando aparece nas rádios da vida. É claro, menos a música do pega lá porque aí já é sacanagem.


Just Because - Jane's Addiction



É Proibido Proibir (versão dos anos 80) - Caetano Veloso



Daughters - John Mayer



Nothing Compares 2 U - Sinead O'Connor



Anarchy In The U.K. - Sex Pistols




Tenha um ótimo feriado.

FOTO: http://www.otavioweb.com/imagens/fotografia/1183735066_musica_.jpg


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

História de Um Quarto Aberto


É um rapaz sentado num banco de um parque, reflexivo.

Olhava para a grama verde e a calmaria nas entrelinhas.

Mas de repente o tempo fechou, e ao abrir os seus olhos, o rapaz se viu dentro de um quarto escuro e úmido.

Ouvem-se gritos externos e de dentro de sua alma.

O pânico entra no quarto. Olha para o rapaz que, assustado, lhe mostra os dois dedos.

O pânico ri. Sua risada faz um dos tijolos caírem na cabeça do rapaz. Ele fica tonto. Tenta ficar de pé, cambaleando.

O pânico abre uma das paredes.

O rapaz tenta se reerguer.

Do outro lado, vê um amigo se suicidando cm um tiro. Correu para socorrê-lo. Bate a cara na parede.

Mas, ao abrir os olhos, vê-se novamente o jardim.

Sentiu pingar uma gota gelada de umidade nas suas costas. Berrou um palavrão. Ao olhar para o lado o pânico o encarava com as mãos no bolso e encostado na parede. Era o quarto.

Abriu-se novamente uma das paredes. O rapaz olhou para seus pais, e percebeu que eles não estavam mais entre nós. E para aguçar a diversão, o pânico pegou um de seus dedos e tocou no peito do rapaz.

A comida de seu estomago se revirou.

O coração passou a bater mais forte.

A sua pressão começou a abaixar.

O rapaz passou a tremer.

O pânico então, tacou na cara dele que logo ele é quem iria morrer.

Morrer como todos à sua volta.

Morrer como todos nas tragédias à sua volta.

Morrer como uma casa bela que se desaba em concreto, carne, ossos e puro sangue.

Morrer como a morte, que quebra a seqüência daquilo que porventura nós apropriamos como nosso. Até a morte parecera cansada de morrer.

O rapaz sabia que tudo aquilo não era verdade, porém, do nada, começou a se desesperar. Jogou-se no chão, fechou o punho e voou para cima do pânico.

Este lhe sacou uma faca ao ver o corpo dele voar.

O rapaz foi acertado em cheio.

Viu seu sangue escorrer pelas suas mãos.

Viu sua vida escorrer pelas suas mãos.

Viu as pessoas que mais lhe amavam chorando por ele.

Mas, de tudo, o que mais lhe assustou mesmo foi quando ele descobriu que, na verdade, o pânico era um espelho. E o assassino era ele mesmo. Se matara.

Mas, de repente, ao abrir os seus olhos, vê-se novamente o jardim.

Olhou para o seu corpo. Olhou para tudo intacto, mesmo olhando as pessoas mas ainda com o medo do seu mundo acabar.

O rapaz então ficou de pé e resolveu tomar um sorvete.

Foi aí que encontrara um amigo. Conversaram. Trocaram idéias. Riram.

E o rapaz, finalmente, fechou a porta de seu quarto, trancando-o à chave e decidido a jogá-la fora.

Mas, como sempre, a sua cabeça o traia, e ele, involuntariamente, guardava a chave no bolso de trás da sua bermuda.

Tomara que este bolso não fure, porque se furar, a chave poderá cair no chão com o seu barulho insuportável, e ele, pegará a chave e abrirá novamente o quarto.

E tudo começará de novo.

Mas pelo menos, ao abrir os olhos, vê-se novamente o jardim.


FOTO:
http://infouruguay.codigolibre.net/serron/wp-content/uploads/2006/03/pensativo.jpg